Page 101 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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utilizou parte da madeira para fazer um guarda-roupa, que foi levado para a
casa de campo.
Apesar de ele próprio não ter descoberto as propriedades mágicas do
guarda-roupa, outra pessoa o fez. Foi esse o começo de todas as idas e
vindas entre Nárnia e o nosso mundo, que estão contadas em outros livros.
Quando Digory e seus pais foram morar na grande casa de campo,
levaram tio André. Pois o pai do menino dissera: “Devemos evitar que o
velho faça alguma bobagem, e não é direito que a coitada da tia Lera
carregue-o sempre nas costas.”
Tio André nunca mais na vida se meteu em feitiçarias. Tinha
aprendido sua lição. Com o correr dos anos, passou a ser mais simpático e
menos egoísta. Mas sempre gostou de levar as visitas à sala para contar-
lhes secretas histórias de uma dama misteriosa, pertencente a uma família
real estrangeira, com quem ele andara às voltas pela cidade de Londres.
– Um demônio de temperamento – dizia ele. – Mas que mulher, meu
amigo, que mulher!
Fim do Vol. I
Próximo volume:
O Leão, o Feiticeiro e o Guarda-Roupa