Page 114 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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                                          EDMUNDO E O GUARDA-ROUPA







                  Lúcia saiu correndo da sala vazia e achou os três no corredor.

                         – Tudo bem; já voltei.

                         – Do que você está falando, Lúcia? – perguntou Susana.
                         –  O  quê!  –  disse  Lúcia,  admirada.  –  Mas  vocês  não  ficaram
                  preocupados?

                         – Então, você andou escondida, hein? – disse Pedro. – Coitada da
                  Lúcia! Ficou escondida e ninguém reparou! Você tem de ficar escondida
                  mais tempo, se quiser que alguém se lembre de ir procurá-la.

                         – Mas eu estive fora muitas horas – disse Lúcia.

                         Os outros se entreolharam.
                         –  Sua  boba!  –  disse  Edmundo,  batendo  de  leve  na  cabeça.  –

                  Completamente boba!
                         – O que você está querendo dizer, Lu? – perguntou Pedro.

                         – Exatamente o que eu disse. Entrei no guarda-roupa logo depois do
                  café.  Fiquei  fora  muito  tempo,  tomei  chá...  Aconteceram  muitas  outras
                  coisas.

                         – Não fique bancando a boboca, Lúcia – disse Susana. – Saímos da
                  sala agora mesmo e você ainda estava lá.
                         – Ela não está bancando a boboca – disse Pedro. – Está imaginando
                  uma história para se divertir, não é, Lúcia?

                         – Não é não, Pedro. É... é um guarda-roupa mágico. Lá dentro tem
                  um bosque e está nevando. Tem um fauno e uma feiticeira. O nome da terra
                  é Nárnia. Se quiserem, vamos ver.

                         Os outros não sabiam o que pensar, mas Lúcia estava tão agitada que
                  todos a acompanharam à sala. Ela correu à frente, abriu a porta do guarda-
                  roupa e gritou:

                         – Vamos, entrem, vejam com os seus próprios olhos!

                         –  Mas  que  pateta!  –  disse  Susana,  metendo  a  cabeça  lá  dentro  e
                  afastando os casacos. – É um guarda-roupa comum. Olhem: lá está o fundo.
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