Page 510 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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– Não nascemos para viver como animais. Sigam para o oeste
enquanto é possível. Terras atrás do sol – e tombou a cabeça.
O terceiro disse apenas:
– A mostarda, por favor – e adormeceu profundamente.
– Fora com os remos de Nárnia? – disse Drinian. – Acho que
chegamos ao fim da busca. Olhem para aqueles anéis. Não há dúvida de
que são seus brasões. Este é lorde Revilian, este lorde Argos e este lorde
Mavramorn.
– Não podemos despertá-los. Que fazer agora?
– perguntou Lúcia.
– Com o perdão de Vossa Majestade – disse Rince –, por que não
atacamos imediatamente o que está em cima da mesa, enquanto discutimos
o problema? Não se vê jantar como este todos os dias.
– Nem pense nisso! – exclamou Caspian.
– Tem razão – concordaram alguns marinheiros. – Há muita magia
aqui. Quanto mais cedo voltarmos, melhor.
– Creio que é por causa dessa comida que estes fidalgos estão
ferrados no sono há sete anos – falou Ripchip.
– Não toco nisso nem para salvar minha vida!
– disse Drinian.
– Está escurecendo mais depressa do que o normal – notou Rinelfo. –
Melhor voltar, melhor voltar.
– Também acho – disse Edmundo. – Resolveremos amanhã o que
fazer com esses três dorminhocos. Não parece conveniente ficar aqui
durante a noite. Este lugar transpira perigo e magia por todos os lados.
– Estou inteiramente com o rei Edmundo – disse Ripchip – no que
diz respeito à tripulação, mas, quanto a mim, vou sentar-me aqui até o sol
nascer.
– Por quê? – perguntou Eustáquio.
– Porque esta é uma aventura extraordinária, e para mim não há
perigo maior do que regressar a Nárnia sabendo que, de medo, deixei de
desvendar um mistério.
– Ficarei com você, Rip – disse Edmundo.
– Também eu – concordou Caspian.