Page 566 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
P. 566
– Sei disso – falou Eustáquio –, pois Aslam contou para Jill que ele
está vivo em algum lugar.
– Isso é até pior – disse a mais velha das corujas. – Significa que ela
dispõe do príncipe e trama algum plano terrível contra Nárnia. Há muito,
muito tempo, no princípio de tudo, uma feiticeira branca, vinda do Norte,
condenou nosso reino à neve e ao gelo durante cem anos. Essa outra deve
ser da mesma laia.
– Muito bem – disse Eustáquio. – Jill e eu temos de encontrar o
príncipe. Conto com a ajuda de vocês?
– E vocês sabem por onde começar?
– Sabemos que temos de tomar a direção norte. E sabemos que
devemos atingir a cidade em ruínas dos gigantes.
Foi um turru-turru-turru por todos os cantos. As corujas começaram
a falar ao mesmo tempo. Sentiam muito, mas não podiam acompanhar as
crianças: “Vocês viajam de dia e nós viajamos de noite. Não dá pé, não dá
pé.”
Uma coruja chegou a dizer que, mesmo ali na torre, já não estava tão
escuro como no princípio. A reunião prolongara-se por muito tempo. Ao
que parece, a mera menção de uma viagem à cidade em ruínas dos gigantes
havia arrefecido o entusiasmo das aves. Mas Plumalume interveio:
– Se eles querem ir nessa direção... pela charneca de Ettin... devemos
levá-los até um paulama. São as únicas criaturas que poderão ajudá-los de
fato.
– Turru, turru! Quem está certo és tu!
– Então, vamos – disse Plumalume. – Eu levo um. Quem leva o
outro? Tem de ser hoje à noite.
– Eu levo: até a terra dos paulamas! – falou outra coruja.
– Está pronta? – perguntou Plumalume para Jill.
– Acho que Jill caiu no sono – disse Eustáquio.