Page 571 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
P. 571

– E como a gente começa? – perguntou Eustáquio.

                         A resposta veio com muita lentidão:

                         –  Bem...  todos  os  outros  que  procuraram  o  príncipe  Rilian
                  começaram pela mesma fonte onde lorde Drinian viu a dama. Quase todos
                  foram para o Norte. Ora, como nenhum deles voltou, não podemos saber o
                  que se passou.

                         –  Devemos  começar  –  falou  Jill  –  encontrando  uma  cidade  de
                  gigantes, em ruínas. Foi o que disse Aslam.
                         – Começar encontrando, não é? – perguntou Brejeiro. – Será que não
                  é permitido começar procurando a cidade?

                         – Foi exatamente o que eu quis dizer. Depois de achada a cidade...

                         – Ah, depois! – exclamou Brejeiro com secura.

                         – Ninguém sabe onde fica a cidade? – perguntou Eustáquio.
                         – Eu não sei de ninguém. Mas não vou dizer que nunca ouvi falar
                  dela. Não precisam partir da fonte; vão pela charneca de Ettin. É onde fica
                  a cidade em ruínas, se é que fica em algum lugar. Mas já fui bem longe

                  nessa direção, como quase todo mundo, e nunca topei com ruína alguma.
                         – Onde fica a charneca de Ettin? – perguntou Eustáquio.

                         – Lá para as bandas do Norte – respondeu Brejeiro, apontando com o
                  cachimbo. – Estão vendo aqueles montes e aquelas lascas de penedos? Pois
                  lá é o começo de Ettin. Mas daqui para lá há um rio no meio, o rio Ruidoso.
                  Não há pontes, é claro.

                         – Espero que a gente consiga vadeá-lo – falou o menino.
                         – Bem, já foi vadeado – admitiu o paulama.

                         – E talvez encontremos em Ettin quem possa ensinar-nos o caminho
                  – disse Jill.

                         – Perfeito! Quem possa!...

                         – Que espécie de gente vive lá? – indagou Jill.

                         – Não cabe a mim afirmar que eles não estão certos, ao modo deles –
                  respondeu Brejeiro.
                         – Mas o que são eles? – insistiu Jill. – Há tanta gente esquisita neste
                  país! Estou perguntando se são animais, passarinhos, anões ou sei lá o quê.

                         O paulama deu um longo assovio:

                         – Fiu! Você não sabe? Pensei que as corujas tinham contado... São
                  gigantes.
   566   567   568   569   570   571   572   573   574   575   576