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consciente de que o real e único interesse dos primos era apenas descobrir se
havia, ou não, diamantes nos limites dos paredões dos precipícios, Victor
concordou com plano deles.
Usou seu bom relacionamento com os principais líderes da comunidade para
conseguir informações úteis ao plano. Soube que a comunidade estava
interessada em receber homens hábeis como marceneiros.
De tempos em tempos os Yana faziam uma espécie de propaganda para
angariar simpatizantes e às vezes surgiam demandas específicas.
Os primos Astu Ninan foram cuidadosos na escolha de seus espiões e nem
Victor soube antecipadamente quem eram. Mas em poucas semanas três
homens, aparentemente com conhecimentos e talentos extraordinários em
marcenaria, conseguiram ser aceitos para o período de treinamento em
Mayuasiri Pacha.
Enquanto isso continuavam as negociações legais. Praticamente todos os dias
Victor recebia no seu escritório em Terra Alta ou à noite durante as seções de
degustação de charutos no Clube Internacional de Havanófilos, grupos de
empresários e investidores interessados em negociar as terras em que havia a
desconfiança da existência de diamantes.
A novidade foi um pessoal ligado a um departamento nacional de estudos
geológicos cuja reivindicação era de que o lugar ficasse preservado, que se
assegurasse um tempo necessário para a investigação apropriada e mais do
que isso, em caso de realmente existirem diamantes que se fizesse um estudo
minucioso do impacto ambiental para a extração das pedras. Solicitavam de
imediato a evacuação ampliada da área que deveria ficar proibida a todos,
inclusive aos Yana, até a conclusão destes trabalhos.
E para deixar a situação ainda mais complicada, havia a representação desta
solicitação junto à câmara de deputados estaduais com o apoio de vários
deputados e seus partidos. A opinião pública se incendiou e o assunto que já