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O mundo do sonho prova que é justo: aí o homem não continua até
       à abstração ou não é conduzido nem modificado pelas imagens que afluem
       através do olho.

              Se essa força for considerada mais de perto, tampouco aqui há uma
       força artística totalmente livre: seria algo de arbitrário, portanto, de
       impossível. Mas as mais tênues radiações da atividade nervosa, vistas
       sobre uma superfície, se relacionam, como as figuras acústicas de
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       Chladni , com o próprio som: assim, essas imagens se relacionam com a
       atividade nervosa operando por baixo. Balanço e estremecimento dos mais
       delicados!  O    processo   artista  é  fisiologicamente  absolutamente
       determinado e necessário. Todo pensamento nos aparece na superfície
       como arbitrário, como a nosso agrado: não notamos a atividade infinita.

              Pensar uma prioridade artística desprovida de cérebro procede de
       uma forte antropopatia: mas o mesmo ocorre com a vontade, a moral, etc.

              O desejo não passa de uma super-função fisiológica que gostaria de
       se descarregar e exerce uma pressão até o cérebro.


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              Resultado: é apenas uma questão de graus e de quantidades: todos
       os homens são artistas, filósofos, cientistas, etc.


              Nossa avaliação se refere a quantidades, não a qualidades.
       Respeitamos o que é grande, isto é, também o anormal.


              Com efeito, o respeito pelos grandes efeitos das pequenas causas
       não passa de um deslumbramento diante do resultado e da desproporção de
       todas as pequenas causas. É somente adicionando numerosos efeitos e
       olhando-os como uma unidade que temos a impressão da grandeza, dito de
       outra forma, produzimos a grandeza graças a essa unidade.


              Mas a humanidade só cresce através do respeito pelo raro, pelo
       grande. Mesmo aquilo em que se acreditou erradamente ser raro e grande,
       por exemplo, o milagre, exerce esse efeito. O pavor é a melhor parte da


              16  Ernst Florens Friedrich Chladni (1756-1824), físico alemão, autoridade em acústica; estudou as
              vibrações e seus graus de freqüência, bem como suas influências sobre os corpos sólidos (NT).
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