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Todo saber nasce da separação, da delimitação, da restrição;
nenhum saber absoluto de um todo!
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Prazer e desprazer como sensações universais? Não creio.
Mas onde intervêm as forças artistas? Certamente no cristal. A
criação da forma; não há nisso um ser intuindo em pressupor?
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A música como suplemento da linguagem: numerosas excitações e
estados inteiros de excitação que a linguagem não pode representar são
reproduzidos pela música.
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Não há forma na natureza, porque não há nem interior nem
exterior. Toda arte nasce no espelho do olho.
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O conhecimento sensorial do homem está certamente em busca de beleza; ela
transfigura o mundo. Que outra coisa procuramos? Que queremos para além de
nossos sentidos? O conhecimento incessante acaba por chegar ao feio e ao odiável.
— Estar satisfeito com o mundo visto por um olho de artista!
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Desde que se queira conhecer a coisa em si, ela é precisamente este
mundo. Conhecer só é possível como um refletir e um se medir por meio
de uma medida (sensação).
Sabemos o que é o mundo: o conhecimento absoluto e
incondicionado é querer conhecer sem conhecimento.