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Agora é necessário perguntar: como se produziu semelhante ser
       medidor? A planta é também um ser medidor.

              O prodigioso consenso dos homens a respeito das coisas demonstra
       a completa similaridade de seu aparelho sensorial.


                                         102


              Para a planta, o mundo é tal e tal; para nós, tal e tal. Se
       compararmos as duas forças de percepção, nosso conceito do mundo vale
       para nós corno sendo mais justo, isto é, como correspondendo mais à
       verdade. Ora, o homem se desenvolveu lentamente e o conhecimento
       continua a se desenvolver: a imagem do mundo se torna, portanto, sempre
       mais verdadeira e completa. Naturalmente, não passa de um reflexo de
       espelho, um reflexo sempre mais claro. O próprio espelho não é totalmente
       estranho nem sem relação com a essência das coisas, mas ele também
       nasceu lentamente, enquanto igualmente essência das coisas. Vemos um
       esforço para tornar o espelho cada vez mais adequado: a ciência continua o
       processo natural. Assim, as coisas se refletem de uma forma sempre mais
       pura: libertação progressiva daquilo que é demasiado antropomórfico. Para
       a planta, o universo inteiro é planta; para nós, é homem.


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              A marcha da filosofia: primeiramente se pensa que os homens são
       os autores de todas as coisas — pouco a pouco as coisas são explicadas
       segundo a analogia com certas propriedades humanas — finalmente se
       chega à sensação. Grande problema: a sensação é um fato original de toda
       matéria? Atração e repulsão?


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              O instinto do conhecimento em matéria de história — sua
       finalidade: conceber o homem no devir, aqui também suprimir o milagre.
       Esse instinto extrai do instinto da civilização sua maior força: o
       conhecimento é exuberância no estado puro, dessa forma a civilização
       atual em nada se torna superior.
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