Page 81 - Os Lusiadas Contados as criancas e lembrado ao povo
P. 81

«Na mais alta torre de Colombo, a sua capital, erguer-se- -á a bandeira

                  lusitana,


                  «E, depois de Albergaria, veremos Diogo Lopes de Sequeira governar a índia

                  e  de  lá  partir  com  uma  rica  armada,  entrando  no  Mar  Vermelho,

                  descobrindo remotas ilhas e fazendo respeitar e admirar as proezas dos

                  seus valentes marinheiros.

                  «D. Duarte de Meneses será o quinto Vice-Rei, ilustre pela reconquista de


                  Ormuz,  que  os  Portugueses  tinham  ocupado  e  por  descuido  seu  fora

                  perdida...

                  «E será a tua vez, Vasco da Gama, já então chamado Almirante do Mar das

                  índias, de governar o pais que descobriste.

                  «Pouco tempo ali estarás, morrendo breve, mas desde logo serás imortal


                  pelos teus feitos e grandeza.

                  «E suceder-te-á D. Henrique de Meneses, homem moço e prudente, de tão

                  sábio governo, que deixará memória perpétua dos seus atos e das suas

                  virtudes...

                  «Outros virão, dignos de louvor e glória — Mascarenhas, Sampaio, Nuno da


                  Cunha, Noronha —, combatentes ousados e governadores insignes.

                  «Entre eles um teu filho, ó Gama, que irá até Suez, no Mar Vermelho, e

                  realizará feitos que honrarão a tua memória.

                  «Outro será Martim Afonso de Sousa, pródigo de atos heroicos na costa do

                  Brasil e que ajudará os índios a expulsar seus velhos inimigos, os Mongóis,


                  tendo, após este grande serviço, sido obrigado a combater os soldados do

                  sempre terrível Reino de Calecute.

                  «Vejo agora», exclama Tétis, «a grande batalha em que um dos mais nobres

                  portugueses de todos os séculos, D. João de Castro, defenderá a cidade de

                  Diu. Ninguém o excederá na prodigiosa bravura.
   76   77   78   79   80   81   82   83   84   85   86