Page 228 - As Viagens de Gulliver
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Para se ter uma ideia de como se processa este seu movimento, imagine-
      se AB como uma linha traçada sobre os domínios de Balnibarbi; uma outra linha,
      cd,  representará  a  pedra-ímã,  da  qual  d  será  o  pólo  repulsivo  e  c  o  atrativo,
      estando a ilha sobre C; supondo-se que a pedra é colocada em posição cd com o
      pólo  repulsivo  para  baixo,  a  ilha  deslocar-se-á  para  cima  obliquamente  em
      direcção a D. Chegada a D, se girarem a pedra sobre o seu eixo até que o seu
      pólo atrativo indique E, a ilha é, então, conduzida obliquamente em direção a E;
      onde, se a pedra for de novo girada sobre o seu eixo para a posição EF, com o seu
      pólo  repulsivo  para  baixo,  a  ilha  subirá  obliquamente  em  direcção  a  F,  onde,
      apontando o pólo atrativo em direcção a G, a ilha será levada até G, e de G, para
      H,  voltando  a  pedra  de  modo  que  o  pólo  repulsivo  aponte  directamente  para
      baixo. E, assim, mudando a posição da pedra sempre que oportuno, faz-se que a
      ilha ora suba ora desça numa direção oblíqua, e, por meio deste subir e descer
      alternado, em que a oblíqua não é muito considerável, é conduzida de uma ponta
      à outra dos domínios.
          Porém, há a considerar o fato de esta ilha não se poder deslocar para lá
      da extensão ocupada pelos domínios em baixo, nem subir a uma altura superior a
      quatro milhas, explicado, aliás, pelos astrónomos, que escreveram extensas obras
      respeitantes à pedra. É que, assim como o poder magnético não atua para lá de
      uma distância de quatro milhas, também os minerais sensíveis à pedra, que se
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