Page 125 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Sem gritos. Sem alarmes.

                  Espera para ver se a dor vai diminuir – e então se dá conta de que está
                apenas piorando. Fica de pé com dificuldade e agarra a grade do terraço,
                quase caindo por sobre ela, e mal consegue se segurar antes de cair os dois

                andares em um canteiro de flores.
                  Ele  manobra  a  queda  para  rolar  assim  que  atinge  o  chão.  Continua,

                agachado,  deixando  uma  trilha  de  sangue  sobre  as  pétalas  das  flores  e  a
                grama.

                  Abaixa-se  entre  os  carros,  segue  até  o  último  da  fila,  e  estende  seus
                sentidos por sobre a grama até o portão do perímetro. Ouve seguranças à

                direita,  se  espalhando  da  frente  da  casa.  Mais  deles  vindo  da  esquerda.
                Droga.  Assim  que  o  virem,  vão  começar  a  abrir  fogo.  Ele  nunca  vai
                conseguir, não importa o quão rápido corra.

                  Matt volta em direção à casa, abre uma porta qualquer e entra em uma
                área de segurança. Monitores ligados. Walkie-talkies sobre a mesa. O jantar

                de  alguém  embrulhado  (sanduíche  de  atum  e  uma  barra  de  chocolate
                tamanho  família).  Matt  tateia  as  paredes  até  encontrar  o  que  está

                procurando: as chaves dos carros, penduradas em um quadro.
                  Agarra o primeiro chaveiro que toca e volta rapidamente para os carros.

                Agacha-se, perde-se no meio do labirinto de carros de luxo ordenadamente
                estacionados.  Aperta  o  botão  do  alarme.  Um  bipe-bipe  alto  indica  o
                desarmamento de um alarme do outro lado do estacionamento improvisado.

                  Ele  se  move  rápido,  sabendo  que  os  seguranças  também  ouviram.  Ele
                ainda não tem certeza de qual é o carro – então tem de apertar o botão de

                novo. O bipe-bipe vem da sua esquerda. Um SUV. Desativa o alarme uma
                última vez e abre a porta do passageiro. Ainda escondido dos seguranças.

                Consegue  ouvi-los  falando  com  urgência  uns  com  os  outros  enquanto  se
                aproximam.

                  Matt  entra  abaixado  no  carro  e  gentilmente  fecha  a  porta.  Mantém  a
                cabeça abaixada enquanto insere a chave, ajeita-se de modo que seus pés
                fiquem sobre os pedais.

                  Hesita. Isso é insanidade. Ele nunca dirigiu, por razões óbvias. Mas não há
                outra saída.
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