Page 144 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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matar ele! E então a expressão se torna pensativa. Como posso sair dessa?
Deve haver um jeito. Seus olhos se movem pela sala, buscando por algo que
não está lá. Então vem um momento de descrença – está preso ali.
E a compreensão: está em uma situação sem esperança.
A astúcia vem a seguir, pensa Larks. Ele vai tentar negociar sua saída.
– Eu… eu não sei o que está acontecendo – diz Spilotro. – Mas, se
Rigoletto acha que sou desleal, ele está errado.
Larks não diz nada.
– Eu posso pagar! Me dê seu preço.
Larks se inclina para trás, beberica o conhaque. Observando.
– Diga algo! O que Rigoletto quer? Isso é porque eu falei…
– Rigoletto está morto.
Spilotro congela, os olhos se arregalam.
– Então…
– Estou aqui em nome do Sr. Fisk.
– Fisk? Do que diabos você está falando? Fisk pode ir à…
– O Sr. Fisk está assumindo os negócios.
– O diabo que está. Sou o próximo da fila!
– Sim. É por isso que estou aqui. Precisamos ter uma conversinha.
Larks enfia a mão na jaqueta e retira sua faca de pesca. Observa Spilotro o
tempo todo, focando-se nos olhos. Ali. Ali está: a raiva derretendo e se
transformando em resignação.
Spilotro sabe que não há saída: ele vai morrer. Seus olhos foram drenados
de toda esperança, de todo brilho. E o que restou é um olhar vazio, um rosto
cheio de ressentimento.
Larks treme de prazer. É para esses momentos que ele vive. Gostaria de
poder, de algum modo, engarrafá-los.
– Agora – diz Larks –, estou aqui para saber alguns nomes. Você pode me
dar alguns nomes, não pode?
– Quais nomes?
– Daqueles que estavam planejando substituir Rigoletto.
Spilotro nervosamente lambe os lábios.
– Ninguém estava. Do que você está falando?