Page 149 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
P. 149
Ele desvia o olhar, voltando para os documentos. Cliente calmo, pensa
Larks.
– Ele me contou tudo.
– Tudo a respeito do quê?
– A respeito de sua pequena conspiração contra Rigoletto.
Ah. Aí. Uma pequena contração na bochecha.
– Soa familiar?
– Não faço ideia do que está falando.
Larks subitamente atira a garrafa de vinho. Ela gira no ar, e sua base
atinge o rosto de Valerio. Larks ouve o estalo da cartilagem. Sangue espirra
na mesa. O homem grita, as mãos segurando o nariz destruído. A garrafa cai
na mesa, sem se quebrar. Larks fica um pouco surpreso com isso. Ele tinha
certeza de que ela iria estilhaçar na cara do outro.
– Me diga quem está envolvido, Valerio.
Valerio está gemendo e choramingando, soprando ranho ensanguentado
por toda a mesa.
– Qual é, cara. Isso é nojento. Apenas me diga, e depois eu te levo para o
hospital.
– Spilotro! – ele choraminga.
– Eu sei disso – Larks diz pacientemente. – Quem mais?
– Beaks!
– Ótimo. E?
– Cassano.
– E?
– Só isso! Eu juro!
Larks assente. Spilotro estava dizendo a verdade, afinal.
Larks dá um passo para a frente e pega a garrafa que ainda está girando.
Ele a agarra pelo gargalo e, descrevendo um arco no ar, golpeia a lateral da
cabeça de Valerio.
Dessa vez ela quebra.
A cabeça de Valerio se joga para o lado e atinge a parede. Os olhos de
Valerio esbugalham. Ele cambaleia até ficar de pé, voltando o olhar