Page 145 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
P. 145

– Qual é, Spilotro. Nós sabemos. O Sr. Fisk ouviu os rumores. Mas ele é

                um homem justo. Não quer punir ninguém que não mereça. Por mim, eu
                mataria todos. Começaria do zero. Sangue novo. Mas o Sr. Fisk, ele pensa
                que alguns de vocês ainda têm alguma coisa com o que contribuir. Então me

                dê os nomes.
                  – Beaks. É tudo coisa do Beaks. Ele… ele me pediu para ajudá-lo. Mas eu

                disse que não. Ele e Cassano. E Valerio. É tudo coisa deles. Eu juro!
                  Larks  assente  e  se  levanta.  Olha  ao  redor  da  sala,  vê  um  banquinho

                encostado em uma parede distante. Arrasta-o com o pé e o coloca entre as
                duas poltronas. Levanta os pés de Spilotro e os coloca sobre o banquinho.

                Em seguida, desamarra os sapatos de Spilotro e os joga para o lado, usando
                o restante da corda da cortina para amarrar os pés de Spilotro no banquinho.
                  – O… o que você está fazendo? Larks? Eu já contei!

                  Larks  pega  a  faca  novamente.  Spilotro  se  contrai  na  cadeira  enquanto
                Larks vira a lâmina lentamente, a luz do fogo refletindo no metal.

                  Larks se senta de novo.
                  –  Eu  penso  bastante  –  ele  diz.  –  Eu  tenho  esse  quartinho  com  uma

                claraboia.  –  Ele  aponta  a  faca  para  cima.  –  Eu  me  deito  lá  e  penso  nas
                coisas. Recentemente andei pensando muito em tortura. Sabe o que andei

                me perguntando?
                  Spilotro balança a cabeça.
                  – Andei me perguntando se torturar a mente seria mais eficaz do que a dor

                física. Sabe do que estou falando? Se observar algo acontecendo com seu
                corpo, mas sem sentir a dor é mais aterrorizante do que a dor em si. A dor,

                você espera. Você a antecipa. E aí, nada? Quando ela vai chegar? Eu acharia
                bem assustador.

                  Larks se inclina para a frente de repente e enfia a faca na sola do pé de
                Spilotro. A ponta sai do outro lado enquanto Spilotro tenta tirar o pé. Ele

                solta um grito… que se torna um gemido confuso.
                  –  Vê?  –  Larks  retira  a  faca.  Spilotro  olha  para  a  ferida  com  um  olhar
                patético e intrigado.

                  – Isso é obra da droga que injetei em você. Ela corta os impulsos de dor. –
                Larks cutuca o pé com a ponta da faca. – Agora. Spilotro. Voltaremos ao
   140   141   142   143   144   145   146   147   148   149   150