Page 148 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Pega a taça com cuidado, mas, mesmo assim, não consegue evitar
derrubar uma gota do vinho tinto em sua calça. Larks olha para ela, e então
volta o olhar para o barman. O garoto precisa de uma lição. Os dedos de
Larks se fecham no gargalo da garrafa. Ele a ergue e sente seu peso. Pesada.
Bom, vidro de qualidade.
Larks cuidadosamente despeja o resto do vinho garganta abaixo, estala os
lábios, e, em seguida, levanta-se. Segura a garrafa baixa e caminha até o
bar, certificando-se de que o barman não possa ver sua mão. Espera até que
o garoto termine de servir um cliente, e então faz um gesto para que ele se
aproxime.
O garoto se aproxima relutantemente. Larks cerra os dentes em um
sorriso. Está prestes a agarrar o garoto pela camiseta e meter sua cara no
balcão quando uma figura aparece atrás dele e vai para trás do bar.
Valerio. Ele nem sequer olha na direção deles enquanto abre uma porta
que leva aos escritórios no fundo e desaparece de sua vista.
– É seu dia de sorte, filho.
O barman olha feio para ele, e então vai servir outro cliente. Larks espera
até que o garoto se vire de costas para passar para trás do balcão e seguir
Valerio.
Encontra-se em um corredor estreito. Barris de alumínio de cerveja
empilhados contra uma parede. Adiante há três portas e, bem de frente a
Larks, há uma escada.
Larks verifica a primeira porta: um depósito. A sala seguinte está vazia,
então Larks segue para a última. Para diante da porta fechada, ouvindo.
Pode ouvir o movimento lá dentro, o ruído de papéis.
Larks abre a porta, revelando um pequeno escritório. Valerio está sentado
atrás da mesa, lendo alguns arquivos. Ele olha surpreso para Larks que
silenciosamente fecha a porta atrás de si.
– Larks? O que está fazendo aqui?
– O que você acha?
– Não sei. É por isso que estou perguntando.
– Eu falei com Spilotro.
– Falou? Bom para você.