Page 147 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Spilotro enquanto ele se vai, esperando pelo momento em que a vida
desvanece.
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Uma hora depois, Larks está sentado à mesa de uma boate, ouvindo um
aparelho de som bem fraco enquanto dançarinas que já passaram há dez
anos da data de validade se balançam e rodopiam no palco à sua esquerda.
Beberica seu vinho e pensa no futuro. As coisas vão mudar com Fisk
tomando o controle. Isso vai significar mais responsabilidade para Larks.
Provavelmente mais dinheiro, também, mas dinheiro nunca foi uma força
motora em sua vida. Sua arte é o que o motiva.
Larks encara os idiotas bêbados se fazendo de bobos nas mesas logo na
frente do palco. Praticamente babando. Estúpidos. Ele poderia apostar que
cada um deles tem uma família esperando em casa. Algumas pessoas
simplesmente não sabem o que têm.
Ele ergue a taça vazia no ar. O barman olha na sua direção, mas então seus
olhos se desviam novamente para o lado e ele continua fazendo suas coisas.
O homem tem tratado Larks assim desde que ele entrou. Larks não tem
ideia do motivo, mas está começando a irritá-lo.
Segura a taça no alto por cerca de dez segundos e então a bate com força
na mesa.
– Garoto! – ele grita. – Não me faça levantar.
Ele observa o barman dando a volta no balcão, trazendo uma garrafa de
vinho.
– Sirva – diz Larks.
O barman franze a testa levemente, levanta a garrafa e despeja demais na
taça. Ela transborda, molhando a mesa. Larks o encara. O barman
simplesmente põe a garrafa na mesa e volta para sua posição atrás do
balcão.
Larks fica tenso, e se força a acalmar. Ele tem coisas a fazer essa noite.
Não pode se permitir perder o controle. Mas quem sabe mais tarde? Bem, aí
ele vai ter tempo livre, não vai? E verá o quanto o garoto consegue ser
arrogante.