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O PROJETO DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
graus de acomodação, contestação e resistência, uma Fundamental. O contato com diretores e professores
pluralidade de linguagens e objetivos conflitantes” dessas escolas revelou a demanda por ações que
(André, 2003, p. 41) – e, por isso mesmo, arena propícia partam, especialmente, do Iphan e demais órgãos de
às discussões sobre memória, patrimônio, identidade. preservação atuantes na região. Segundo eles, há um
hiato entre o conhecimento produzido no âmbito
A limitada duração do projeto prejudicou esse processo
dos projetos ligados ao patrimônio local e o seu
de pesquisa, mas alguns encontros e conversas com
compartilhamento com o público escolar do CHS.
professores da rede pública local nos deram a medida
da urgência em se refletir sobre as relações entre Nesse sentido, a oficina oferecida aos professores das
pesquisadores, gestores e educadores . três escolas locais – Escola Municipal João Lino, Escola
2
Municipal Vivaldo da Costa Lima e Colégio Azevedo
As escolas da rede pública de ensino localizadas no
Fernandes – foi pensada como fórum de debates entre
entorno do projeto atendem aos ensinos Médio e
profissionais da Educação e representantes do Iphan,
2 Para discussão acerca do status de arqueólogos e além de servir como momento de apresentação do
gestores como educadores, ver BEZERRA, 2003; NAJJAR, projeto de Arqueologia em curso no CHS.
2003; NAJJAR &NAJJAR, 2006.
A atividade compreendeu cinco fases: minicurso sobre
Arqueologia; vídeo sobre Arqueologia e Educação ; visita
3
a uma das casas escavadas pela equipe de Arqueologia;
ida ao Laboratório de Arqueologia, situado na Casa dos
Sete Candeeiros (uma das unidades do Iphan-BA); e visita
técnica ao Solar do Berquó, sede do Iphan em Salvador.
Durante a oficina, os professores reafirmaram a
necessidade de se elaborar programas mais frequentes
sobre o patrimônio local e sugeriram que tais ações,
construídas em parceria com as escolas, começassem
no início do primeiro semestre letivo e perdurassem por
todo ano. Todos se mostraram dispostos a trabalhar em
conjunto na consolidação de projetos que alcancem
Professores no todas as escolas locais.
laboratório de
Arqueologia.
3 Vídeo Arqueologia vai à escola: uma experiência com
escavação simulada. Roteiro e apresentação: Marcia
176 Bezerra. Direção: Cadu Lopes. Rio de Janeiro: CPTV, 2001.
VHS.
ArqueologiA no Pelourinho