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Professores das
três escolas
reunidos para
assistir palestra
de Educação
Patrimonial.
uma recorrência nas argumentações sobre a escola dificuldade em identificar resultados positivos, frutos
que, como nos mostra Scheibe (2001, p. 69), “atribui ao de sua atuação profissional, dentre outros fatores,
professor papel fundamental, identificando-se nele a fazem com que o professor adoeça. Alevato (1999) nos
responsabilidade pelas mazelas do sistema público de mostra que a desesperança leva parte considerável dos
ensino e, paradoxalmente, ao mesmo tempo, o mágico docentes a sofrer, em menor ou maior grau, da Síndrome
poder de extirpá-las”. O desestímulo a que nos referimos de Burnout, que induz ao aparecimento de inúmeras
está vinculado, em grande parte, às precárias condições doenças (“dos nervos”, cardíacas etc.).
de trabalho a que são submetidos os professores. Os
baixos salários fizeram aumentar sua carga horária Como fazer para que um projeto de Educação Patrimonial
média nas últimas décadas, pois cada vez mais eles interesse a esse professor concreto, que no geral
passam a trabalhar em várias escolas, transformando-se ganha mal, trabalha muito, é doente e desestimulado?
no que Vieira (2002) chama de “professores-itinerantes”. Não adianta a equipe do projeto ter boas intenções
Assoberbados de trabalho, têm grande dificuldade em se e acreditar que seu trabalho é importante, se não
entusiasmar por mais uma tarefa. consegue atrair os professores para uma parceria.
A questão, porém, não se resume ao cansaço produzido O trabalho de Educação Patrimonial no Pelourinho
pelo excesso de trabalho. As condições ruins em deparou-se com essa questão. Ao todo, até o final de 191
que é realizado, o desprestígio social da profissão, a 2009, participaram de alguma atividade do projeto
Programa monumenta – IPhan