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discussões acerca do patrimônio cultural, é, nessa
medida, contribuir para que o importante debate sobre
a diversidade cultural, presente hoje nas escolas, não
seja posto de lado no meio de tantas e tamanhas outras
preocupações que marcam o cotidiano escolar.
no que se refere à formação de professor@s, é
fundamental desenvolver projetos que integrem a
dimensão intercultural ao trabalho com a memória
e o estudo do patrimônio local. esses projetos
valorizam as marcas culturais presentes no bairro,
na escola, na cidade, por meio de um processo de
reconstrução identitária – que exige a destruição
das representações monoculturais de uma visão
de mundo fundada na redução da diferença como
característica da homogeneidade (Pérez, 2009, Figura 2 – Fachada
p. 254). da Escola Municipal
João Lino.
A escola brasileira hoje, particularmente a escola
pública, reflete em seu interior a diversidade cultural
existente na sociedade, na medida em que, tal como
foi dito anteriormente, acolhe a quase totalidade das
crianças em idade escolar.
Como exemplo, podemos citar o ocorrido no Rio de
Janeiro, que não difere muito do que se viu em outros
grande centros urbanos do país. Em 1950, somente três
de cada dez crianças em idade escolar frequentavam
escolas na antiga capital do Brasil. Em 60 anos, a situação
se inverteu: hoje, aqueles que estavam fora da instituição
nela ingressaram. Assim, em cada grupo de dez crianças Figura 3 – Fachada
da Escola Municipal
em idade escolar, cerca de dez estão matriculadas nas Vivaldo da Costa
instituições de ensino. Sem dúvida, esses que entraram Lima.
mais recentemente são oriundos das camadas menos
favorecidas da população e trazem para a escola visões 189
de mundo, comportamentos, padrões linguísticos,
Programa monumenta – IPhan