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30 | Filosofia como Remédio para a Solidão
Com efeito, trata-se de um conceito ou de um fe-
nômeno de grande riqueza polissêmica, que desperta
enorme interesse e nos convida a mergulhar na expli-
citação das diversas formas de seu enraizamento na
condição existencial do ser humano.
Porém, mesmo considerando este marco temporal
da vigência da solidão na vida dos indivíduos, é so-
mente a partir da Modernidade que o fenômeno da so-
lidão assume emergência discursiva sobre as formas de
como se encarna na singularidade da experiência do
Eu. Mas, foram poucas vozes que falaram da solidão
como uma experiência expressiva e criativa do Self,
muitos só conseguiram enxergar angústia e nostalgia,
sentimentos penosos e dolorosos de uma carência que
faz referência à ausência dos outros em nossas vidas.
Os diferentes contextos histórico-culturais têm au-
xiliado a compreender a relação intrinsecamente ur-
dida entre subjetividade e solidão e, em particular, des-
tacar o seu processo de formação que jamais ocorre in-
dissociável de uma determinada contextualização.
Do ponto de vista de uma visão moderna, a solidão
surge como um modo de significar a existência, ou
seja, de atribuir um sentido ao isolamento, marcado
por crescente individualismo e liberdade negativa. Em
um primeiro momento, o indivíduo elabora em torno
de si uma acurada reflexividade e problematização
acerca de sua condição histórica e social, na medida
em que se vê obrigado a sobreviver em condições de
precariedade existencial. Em um segundo momento,
busca a legitimação dessa realidade no discurso jurí-
dico que passa a reconhecer e garantir ao indivíduo o