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38 | Filosofia como Remédio para a Solidão
Assim, de acordo com o contexto vivencial, no
qual se insere o sujeito enquanto relação de subjetivi-
dade, pode-se identificar quatro tipos bem expressivos
de estados de solidão:
1. Solidão deprimida – caracterizada por um
afastamento momentâneo do convívio social, perda de
interesse por ambientes abertos e realização de ativi-
dades prazerosas ou mesmo profissionais;
2. Solidão depressiva – encarada como uma sín-
drome psiquiátrica com característica de enfermidade
que altera principalmente a esfera afetiva: tristeza pa-
tológica, transtorno do humor, incidência de irritabili-
dade que compromete o rendimento no trabalho ou li-
mita a atividade vital habitual, além de recolhimento
doentio, exacerbado isolamento pessoal com forte afe-
tação cognitiva, intelectual, afetiva e comportamental,
volitiva (vontade) e somática (corpo);
3. Solidão expressiva ou criativa - caracterizada
por afastamento voluntário do convívio social, recolhi-
mento interior com intensa manifestação de criativi-
dade artística, literária, científica ou mesmo em ativi-
dades laborais;
4. Solidão-solitude – caracterizada por expres-
siva abertura interior, comunhão consigo mesmo na
qual o sujeito estabelece como ponto de partida a dis-
posição de realizar um auto reconhecimento daquilo
em que se tornou, visando atingir uma compreensão do
significante do seu próprio desejo. Em outras palavras,
a solidão-solitude é uma experiência vivencial de na-
tureza transfigurativa em que o sujeito, por meio de um