Page 63 - LIVRO - FILOSOFIA COMO REMÉDIO PARA A SOLIDÃO - PUBLICAR
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Djason B. Della Cunha | 63
ramo da filosofia que estuda a essência do mundo, a
essência das coisas. A essência de uma coisa é consti-
tuída pelas propriedades permanentes da mesma, ad-
vindas do conhecimento. No caso, a essência do ser
humano pode ser traduzida por tudo aquilo que consti-
tui a sua imutabilidade, e que se pode alcançar a partir
do conhecimento. O oposto da essência são os aciden-
tes, eventos inesperados e indesejáveis que causam da-
nos pessoais, materiais e financeiros à pessoa, e que
acontecem de modo não intencional.
Neste sentido, a essência difere da existência, na
medida em que esta é fugaz, finita e mutável, enquanto
aquela é imutável e coincide com tudo aquilo que é ca-
paz de vencer a finitude do corpo, da matéria, contida
na existência.
Para Aristóteles, a essência é o indispensável de
uma coisa (ousai deutera), a forma. Assim, a essência
é o “fundo” do ser, na qualificação metafísica. Por
exemplo, o ser humano (humanitas) é a essência da
pessoa humana, tal qual se apresenta. A essência se
opõe aos acidentes, que favorece as modificações su-
perficiais dos elementos constitutivos do ser, e até
mesmo à própria existência.
Dir-se-ia, portanto, que a essência do ser humano
está impregnada de equilíbrio e da integração de suas
dimensões física, intelectual, social e espiritual, o que
permite atingir à capacidade sensitiva e à compreensão
da profundidade das coisas, de reconhecer a imperfei-
ção e limitações da existência e de tomar consciência
de que a harmonia da vida depende exclusivamente da