Page 74 - ASAS PARA O BRASIL
P. 74
Após muitos anos no escritório da Rua Scribe em Paris, eu também
fui mandado embora (o que era previsível): eu não tinha o perfil da
companhia que trabalhava como banqueiros. A empresa American Express
perdia dinheiro na Europa e muitos de seus quadros bem remunerados
foram simplesmente mandados embora, sem piedade.
Com certo estupor, eu tinha recebido, pouco tempo antes da minha
demissão, uma carta de agradecimento do presidente Robinson de Nova
York, pelo trabalho realizado no hotel “Mamounia” em Marrakech, durante
a organização anual da Assembleia Geral dos administradores da
companhia.
Eu tinha organizado para esta empresa várias viagens de eventos sem
nunca ter tido a ajuda de seu serviço de marketing.
A viagem mais midiática foi à Ilha Maurício em 1986, durante a passagem
do cometa Halley.
Uma centena de astrólogos internacionais, com o seu material pesado,
ficou uma semana observando a noite, o céu, na bela atmosfera tropical
desta ilha. O canal de televisão “Antenne 2” cobria o evento.
Eu acompanhava a missão e a minha irmã Noëlle tinha se juntado aos
observadores da abóbada celeste.
O nome da companhia American Express foi citado várias vezes no jornal
nacional e eu tive que dar uma entrevista em frente às câmeras, o que não
era o meu ponto forte.
Para este tipo de propaganda na televisão, ele teria que pagar muito caro;
não me elogiaram, foi muito frustrante.
Supostamente, essa forma de comunicação não estava no procedimento da
empresa.