Page 58 - A CAPITAL FEDERAL
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Juquinha (Aproximando-se muito lampeiro.) – Aqui estou, quê dê o home?
Eusébio – Era o Juquinha!
Juquinha – Papai (Deixa a correr e foge.)
Eusébio – Ah! Tratante! O Colibri era ele! Alembrou-se do jumento! ... E foge do pai! Ora
espera lá! (Corre atrás do Juquinha e desaparece. A chuva cresce. O povo corre todo e abandona a
cena.)
Lola – Onde vai? Espere! (Corre atrás de Eusébio e desaparece.)
As Mulheres – Vamos também! Vamos também. (Correm atrás de Lola e desaparecem.)
Figueiredo – Então, minhas filhas? Não corram! (Vai atrás delas e desaparece.)
Fortunata (Entrando de guarda-chuva.) - É ele! É ele! É seu Eusébio! (Sai correndo pelo
mesmo lado.)
Quinota (Entrando, idem.) – Mamãe! Mamãe! (Corre acompanhando Fortunata.)
Gouveia (Idem.) – Minhas senhoras!... Minhas senhoras! (Corre e desaparece.)
Benvinda (Entrando perseguida por Lourenço, ambos de guarda-chuva.) – Me deixe! Me
deixe!... (Desaparece.)
Lourenço ( Só em cena.) – Dê cá a pule, seu benzinho, dê cá a pule, que eu vou receber!
(Desaparece. Mutação.)
- Quadro X-
A Rua do Ouvidor
1º Literato, 2º Literato, Pessoas do Povo, depois
Fortunata, Quinota, Juquinha
Coro
Não há rua como a Rua
Que se chama do Ouvidor!
Não há outra que possua
Certamente o seu valor!
Muita gente há que se mace
Quando, seja por que for,
Passe um dia sem que passe
Pela Rua do Ouvidor!
1º Literato – Tens visto o Duquinha?
2º Literato – Qual! Depois que se meteu com a Lola, ninguém mais lhe põe a vista em
cima!
1º Literato – É pena! Um dos primeiros talentos desta geração...
2º Literato – Apaixonado por uma cocote!
1º Literato – Felizmente a arte lucra alguma coisa com isso... O Duquinha faz magníficos
versos à Lola. Ainda ontem me deu uns, que são puros Verlaine. Vou publicá-los no segundo número
da minha revista.
2º Literato- Que está para sair há seis meses?
1º Literato – Oh! Vê que linda rapariga ali vem!
2º Literato- Parece gente da roça. (Ficam de longe, a examinar Quinota, que entra com a
mãe e o irmão. Vêm todos três carregados de embrulhos.)
Fortunata – Vamo, minha fia, vamo tomá o bonde no largo de São Francisco. As nossa
compra está feita. Amenhã de menhã vamos embora!
Quinota – E... seu Gouveia?
Fortunata – Não me fale de seu Gouveia! Há oito dia não aparece! Fez cumo teu pai! Foi
mió assim... Havia de sê muito mau marido!
Juquinha – Eu não quero i pra fazenda!
Fortunata – Eu te amostro se tu vai ou não vai! Anda pra frente! (Vão saindo. )
1º Literato (À Quinota.) – Adeus, tetéia!
Fortunata – Quem é que é tetéia? Arrepita a gracinha, seu desavergonhado, e verá com le
parto este chapéu-de-sol no lombo!... (Risadas.) – Vamo! Vamo!... Que terra!... Eu