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Unidade I




             •  A fumaça do trem caiu.

             •  O azul do céu manchou.

             Comentário: As restrições lexicais relacionam-se ao conhecimento que nós temos sobre determinados
          usos da língua. No caso, não relacionamos rabo de cavalo com o verbo quebrar, a não ser que seja
          metaforicamente. A sua história então é metáfora para dar conta do sentido de uma das expressões
          propostas


             4. Piada:


             “Sabe aquela da loira no estacionamento? Ela colocou a mão na cabeça e disse: ‘Não me lembro
          qual é o meu carro’. O rapaz do estacionamento respondeu: ‘Celta preto’. ‘É mesmo; parece que vai
          chover.’”


             Explique por que a ambiguidade de segmentação é o recurso de construção do humor da piada.


             Comentário: A ambiguidade de segmentação ocorre na frase “Celta preto”, que, ouvida, /seutapreto/
          pode ser interpretada como Celta (carro) preto (cor do carro) ou céu tá (redução do verbo “está”) preto
          (a cor do céu indiciadora de chuva). Tanto celta quanto céu têm som /ε/, “e” aberto (é).


             5. Fazendo uma análise semântica do texto abaixo, convido-o a verificar e refletir sobre a unidade
          temática e seu desenvolvimento.

             A missa dos inocentes


             Se não fora abusar da paciência divina
             Eu mandaria rezar missa pelos poemas que não
             Conseguiram ir além da terceira ou quarta linha,
             Vítimas dessa mortalidade infantil que, por ignorância dos pais,
             Dizima as mais inocentes criaturinhas, as pobres…
             Que tinham tanto azul nos olhos,
             Tanto que dar ao mundo!
             Eu mandaria rezar o réquiem mais profundo
 Revisão: Leandro - Diagramação: Léo  - 14/07/2011  E cuja comovedora beleza ultrapassa a dos outros
             Não só pelos meus
             Mas por todos os poemas inválidos que se arrastam pelo mundo


             Porque está, antes e depois de tudo,
             No seu inatingível anseio de beleza!


             (QUINTANA, 2006).


             Comentário: Por tratar de texto literário, tomamos cuidado em não afirmar que existe apenas uma



      88  maneira de ler o poema, ou seja, de enquadrá-lo em uma unidade temática. Seguindo a análise de Antunes
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