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Vidas de Rio e de Mar: Pesca, Desenvolvimentismo e Ambientalização

(ES)” (LEONARDO et al., 2017), que concentra parte do material citado
aqui, a questão sobre a qualidade da água mostrou uma pequena diferen-
ça, no sentido de que não encontramos um consenso sobre ela de modo
evidente na etapa de análises quantitativas da pesquisa. Por outro lado, ao
observar as questões sobre o pescado, podemos apontar para um proces-
so mais coeso, e quase unânime, nas respostas dos participantes.

Destarte, gostaríamos de pontuar de que modo essa associação nos foi
introduzida e analisada pelos atingidos durante as investigações e traba-
lhos de campo. Indicamos essa como uma questão central e, a partir dela,
abriremos debates que não serão esgotados neste texto, mas apontamos
para a possibilidade de reflexão a fim de evidenciar as formas como foram
construídas as relações de alimentação em torno do pescado em Regên-
cia a partir das alterações sofridas e percebidas como problema após o
evento crítico do rompimento da barragem e a chegada da lama.

Como o apresentado, dentre os elementos que acionaremos para tratar
das consequências na alimentação local, trabalharemos sobre as discus-
sões sobre as proibições da pesca no rio e no mar e sobre a entrega e a
manutenção do cartão de auxílio emergencial na região. Abordaremos
tais fatores enquanto potenciais cortes de rede, conforme utilização dessa
ideia por Strathern (2011), por produzir mudanças na alimentação entre
o rompimento e as proibições, e por conta da própria dinâmica de imple-
mentação e uso do cartão por alguns moradores de Regência.

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