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Em relação ao crime de homicídio, as cidades com mais condenados
               eram,  segundo  o  magistrado:  Porto  Alegre,  com  2.079  ou  12%;  Novo
               Hamburgo, com 958; Caxias do Sul,  com 385; Passo Fundo, com 216;
               Pelotas, com 149; Santa Maria, com 168; Rio Grande, com 187. Já as cidades
               com mais pessoas condenadas por homicídio, em comparação com o total
               de presos, de acordo com o juiz, eram: Iraí, com 30%; Nonoai, com 27%, Júlio
               de Castilhos, com 26%; Ijuí, com 25%; Três Passos, com 24%. Observa-se,
               pelo números apresentados, que qualquer cidade do interior tem o dobro da
               proporção de condenados por homicídios do que Porto Alegre, com 12%,
               onde estariam cadastradas as condenações de toda a Região Metropolitana.

                      Embora esteja aumentando a prática criminosa no Estado, por outro
               lado, há,  segundo  o Juiz,  diminuição de  mulheres encarceradas, se
               comparados com os dados de cinco anos atrás ou mais. Em 2009, somente
               no Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier, disse o Juiz, eram 550 presas
               do regime fechado. Hoje, chega-se ao mesmo número somando as casas
               prisionais  de  Porto  Alegre,  Guaíba,  Canoas  e  Montenegro.  No  Madre
               Pelletier, o número de presas aproxima-se de 240.
                      Ainda sobre números do sistema prisional, Sidnei Brzuska disse que,
               na Região Metropolitana, há 12.473 presos no regime fechado, além das
               1.400  mulheres, o que dava mais ou menos 40% da população carcerária do
               Estado.
                      Ao  fazer  uma  abordagem sobre  qual o  tamanho das  casas
               prisionais, o Juiz da Vara de Execução Penal de Porto Alegre asseverou que
               presídios  pequenos,  como  os  de  Espumoso,  Lavras  do  Sul,  Carro  Largo,
               Santo Cristo, ao que parece, ainda  conseguem  cumprir a sua função de
               proteger a sociedade do crime e  ressocializar  o apenado. Já as casas
               prisionais médias e grandes, com mais de 1.000 presos, na sua avaliação,
               não  protegem  a  sociedade  do  crime.  Pelo  contrário,  as  grandes  casas
               prisionais, segundo o Juiz, se transformaram em “locais de faturamento
               do crime”.

                      Para  o  magistrado,  não  adianta  trabalhar  apenas  na  lógica  da
               criação de vagas, mostra-se necessário e urgente mudar a cultura do sistema
               prisional, para não aumentar a quantidade de presos e, assim, enriquecer os
               que sobreviviam do tráfico. Para tanto, ressaltou a importância de um plano
               Estadual de Execução Penal. Enfim, na conclusão do magistrado, todos estão



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