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Concluindo a apresentação, o Procurador de Justiça alertou que as
               organizações criminosas, há muito, substituíram o Estado dentro do sistema
               prisional, fazendo com que os apenados permaneçam vinculados à prática
               de atividades criminosas.
                      A  Defensora  Pública  Bárbara  Lenzi,  representando  a  Defensoria
               Pública do Estado, iniciou  a abordagem do tema destacando: (a)  a
               necessidade de redução das prisões provisórias,  através da adoção de
               medidas cautelares diversas à prisão; (b) a utilização intensa de medidas
               capazes de aumentar  os índices  de ressocialização dentro das casas
               prisionais, como maior oferta de vagas de trabalho e estudo; (c) redução do
               tamanho dos estabelecimentos prisionais; (d) a manutenção do apenado em
               presídios próximo aos seus familiares; e, ainda, (e) uma revisão na legislação
               de drogas, já que os usuários de entorpecentes estão sendo tratados pelo
               sistema criminal como traficantes, ocasionando, consequentemente,  o
               encarceramento em massa de meros usuários de drogas.
                      Bárbara Lenzi ressaltou que a Defensoria Pública, diante  do
               agravamento da crise  estrutural  do  sistema prisional, implantará o  projeto
               “Defensores Pela Paz”, que realizará mutirões de atendimentos nos presídios
               do Estado para verificar os processos criminais em andamento, os processos
               de execução criminal e analisar situações em que os presos podem obter
               progressão de regime, liberdade provisória ou outra medida cautelar diversa
               da prisão – para, assim, desafogar o sistema carcerário.

                      A Pastoral Carcerária, que  desenvolve significativo e importante
               papel  dentro das casas  prisionais, foi representada pelo Padre Edson
               Thomassin, coordenador estadual no Rio Grande do Sul. O Padre Edson
               disse entender que todo sistema de reclusão, de aprisionamento, era um
               sistema  de  tortura,  por  mexer  no  âmago  da  sensibilidade  humana  (a
               liberdade).  Para  ele,  a  construção  de  novos  presídios  não  é  capaz  de
               solucionar o problema, uma vez que este não estava nos presídios, mas na
               sociedade. Relatou experiências pedagógicas desenvolvidas com jovens da
               Região Metropolitana e disse que a Pastoral Carcerária era defensora da
               utilização da Justiça Restaurativa na solução dos conflitos. Por fim, anunciou
               que  a  Pastoral  Carcerária  realizará  uma  Agenda  Nacional  pelo
               Desencarceramento ao longo do ano.

                      Encerrando os debates desta reunião pública, Marli Ane Stock,
               Superintendente dos Serviços Penitenciários do Estado do Rio Grande do


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