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aproximadamente, 35.000   presos  (a situação  de cada casa  prisional,
               separadamente,  consta  nos  anexos  do  relatório);  do  total  de  pessoas
               recolhidas  nas  casas  prisionais  do  Rio  Grande  do  Sul,  2/3  são  presos
               provisórios, aguardando o  julgamento do processo;  ainda, há um  grande
               número de mandados de prisão não cumpridos; bem como, existem mais de
               250.000 processos criminais aguardando julgamento, em primeira e segunda
               instâncias  do  Judiciário  Estadual;  e,  por  fim,  as  Delegacias  de  Polícia
               possuem mais de uma centena de presos em suas carceragens. Esses dados
               demonstram, para os membros da Comissão Especial, a vulnerabilidade em
               que se encontra o sistema prisional do Rio Grande do Sul.

                      A partir desse diagnóstico,  o parlamentar lançou uma série de
               perguntas, dentre elas: Qual o modelo ideal de sistema prisional? O que se
               pode adequar à nossa realidade? Ainda há espaço para grandes presídios?
               O preso deve trabalhar para custear o sistema? O semiaberto tem cumprido
               o seu papel? O monitoramento eletrônico de presos funciona?
                      O Juiz da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre foi o primeiro
               painelista a falar. Sidnei Brzuska apresentou a realidade do sistema prisional
               em números: o número de condenados (pessoas com penas ativas) no Rio
               Grande do Sul era hoje de 71.610 pessoas. Desse total, metade dos presos
               estariam dentro das casas prisionais (mais de 35.000), onde o número de
               vagas era de 23.000, ou seja, o sistema prisional apresenta, hoje, um déficit
               de um terço de vagas.

                      Segundo o magistrado, das 71.000 pessoas condenadas, 16.000
               estavam em Porto Alegre; 5.400 em Novo Hamburgo; 2.700 em Caxias do
               Sul; 2.000 em Passo Fundo; 1.900 em Pelotas; 1.800 em Santa Maria; 1.800
               em Rio Grande; 1.300 em Canoas; 1.170 em Osório; e 1.148 em Uruguaiana
               – cidades com o maior número de penas ativas.
                      Analisando-se os  crimes praticados, os  números apontam que:
               11,99%  são homicídios; 31,53%, roubo; 4,69%, latrocínio; 3,24%, estupro; e
               24,91%, tráfico.

                      A reincidência, para cada um desses tipos de crime, conforme Sidnei
               Brzuska, era de 6,46% para homicídio, 21,43% para roubo e 5,39% para
               tráfico. Quinze anos atrás, segundo ele, a quantidade de pessoas presas por
               tráfico de drogas era de apenas 5%; hoje a reincidência no tráfico é que gira
               em torno dessa proporção: 5,39%.


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