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A superintendente dos Serviços Penitenciários, Marli Ane Stock,
               expôs a dificuldade de criação de novas vagas no sistema prisional gaúcho,
               reconhecendo as graves consequências da manutenção de presos em
               delegacias  de  polícias:  “não é da nossa  vontade que esses presos
               permaneçam lá [em delegacias de polícia]. Nós também sabemos
               das dificuldades  que a Polícia Civil enfrenta para fazer toda  essa
               gestão, de um papel que não é dela – que é atribuição da SUSEPE”.

                      Dentre  as  causas  da  custódia  de  presos  em  delegacias,  a
               superintendente dos Serviços Penitenciários enumerou: o acréscimo superior
               a  6.000  presos  nos  últimos  dois  anos;  a  interdição  judicial  dos
               estabelecimentos prisionais; a construção de vagas prisionais em quantidade
               insuficiente; e o déficit de servidores na Superintendência dos Serviços
               Penitenciários.

                      Como alternativas para  minimizar  a  questão,  Marli  Ane  Stock
               apresentou a construção de vagas prisionais por particulares pela permuta
               de imóveis  do Estado; a inauguração do Centro  de Triagem  para presos
               provisórios (com  84 vagas);  e, se possível, a criação  de  novo Centro de
               Triagem, até a construção de novo estabelecimento prisional.
                      A delegada de polícia Nadine Tagliari Farias Anflor, presidente da
               Associação de Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul, ao fazer uso da
               palavra, reafirmou os riscos da manutenção de presos em delegacias
               (“tragédia  anunciada”),  mencionando  a  solução  desse  problema  como
               prioridade número um para a associação por ela representada.

                      O promotor de justiça Luciano Vaccaro, representando o Ministério
               Público do Estado, frisou que “não estamos querendo apontar culpados.
               Precisamos de soluções e operacionalização”, referindo-se à dificuldade
               de realizar as soluções já conhecidas e encontrar outras necessárias.

                      Depois, demonstrou preocupação  com as recentes  sentenças
               condenatórias, em desfavor do Estado, reconhecendo  a  obrigação de
               indenizar presos pelas péssimas condições dos estabelecimentos prisionais
               –  “Isto, não vou dizer que é um absurdo, mas é um problema”,
               afirmou o promotor de justiça e concluiu “Não cabe a nós, operadores do
               Direito, dizer que não cabe indenização quando o Supremo Tribunal
               Federal definiu que tem de pagar a indenização”.



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