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Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
2.1. Fratura de Crânio
As fraturas são comuns, mas nem sempre associadas à lesão cerebral, apesar
de muitas lesões cerebrais graves ocorrerem sem fratura craniana. A identificação da
fratura de crânio é muito importante, pela possibilidade da presença ou do desenvolvi-
mento de hemorragia intracraniana, de-
vendo esse paciente ficar sob observação.
Fratura linear sem afundamento -
Não requer tratamento específico, somen-
te observação se houver suspeita de lesão
cerebral. Atenção às fraturas que cruzem
leito vascular ou suturas cranianas, em vir-
tude da possibilidade de hematoma epidu-
ral.
Afundamento craniano - Pode não
ser uma emergência cirúrgica, dependen- Fig 13.2 – Fraturas de Cranio
do da lesão cerebral, mas devido ao risco
de seqüelas graves e crises convulsivas
de difícil controle. Geralmente o trata-
mento é cirúrgico, com retirada e eleva-
ção do fragmento ósseo.
Fratura de crânio aberta - Ha-
vendo comunicação direta entre o escal-
pe lacerado e a substância cerebral,
essa condição é diagnosticada por teci-
do cerebral visível ou perda de LCR (lí-
quido cefaloraquidiano), exigindo trata-
mento cirúrgico.
Fig 13.4 – Equimose periorbitária, Olhos de
Fratura de base de crânio - O di- guaxinim
agnóstico clínico se baseia na perda de LCR pelo ouvido (otoliquorréia) ou pelo nariz
(rinoliquorréia), equimose na região da
mastóide (sinal de Battle), sangue na
membrana timpânica (hemotímpano) e
equimose periorbitária (olhos de guaxi-
nim). Esse tipo de fratura muitas vezes
não aparece na radiografia convencio-
nal; indiretamente, a suspeita surge devi-
do à presença de ar intracraniano e opa-
cificação do seio esfenóide.
Fig 13.3 – Equimose retroauricular, Sinal de Batle
O sinal de Battle e a equimose periorbitária são sinais tardios de fratura de base
de crânio.
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