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pessoal. Sem dúvida, muitos de vós conheceis a história de Charles Stuart Parnell, o líder irlandês na
Câmara dos Comuns, na Inglaterra, o "rei sem coroa", como o chamavam em segredo. Ocorre-me o
seu exemplo como o mais expressivo do que seja a força penetrante do magnetismo pessoal, mais
ainda do que Napoleão, Wellington ou Gladstone. Na América, James G. Blaine foi quem mais se
aproximou dele, em poder pessoal sôbrc os corações e as inteligências daqueles que o seguiam. Para
os seus mais íntimos, Parnell foi sempre um mistério. O próprio Gladstone, seu contendor tantas
vezes, confessava o encanto dele, a sua força, o modo simples como assumia o comando. Parnell
falava pouco, sempre no momento exato. A sua voz nunca era áspera, nem elevada. Se jamais algum
homem governou pela influência do segredo e do silêncio, foi esse homem, sustentando na mão as
rédeas com que guiava a facção mais rebelde e descontente que se tem reunido num parlamento.
Não vamos considerar neste livro os motivos e as circunstâncias de sua queda. O fato é que êle subiu
por umà inteligente confiança em si mesmo, pelo exercício da influência repressiva, pela força do
Magnetismo Potencial.
Empregai a força captada de outro homem. — O terceiro ponto de que vos deveis recordar é que o
silêncio não significa insociabilidade, de modo algum; é apenas o hábito de se conter; o hábito do
pensamento firme. Puxai pelo outro homem. Lembrai-vos de que, enquanto fordes um mistério para
as pessoas das vossas relações, sois um poder. E se, porventura, sa-tisfazeis a curiosidade dele
(voltando outra vez à comparação com a descarga elétrica), vós permitis, então, uma troca de
corrente, uma satisfação que significa, em termos de eletricidade, uma neutralização. Um e outro
deram e receberam, e a condição de atração cessou no momento. Mas se conservardes sempre o
mistério, vós mesmos sereis a atração. — Sois vós o magne-te, êle o aço.
Precaução. — É preciso neste ponto acautelar o aluno demasiado entusiasta ou leviano. Não
esqueçais que especialmente no princípio, deveis empregar grande discrição, prudência e tato em
todas as vossas experiências. Seria quase fatal para o vosso êxito, se se viesse a descobrir o fim por
que mudais o vosso modo de proceder. Não deis a perceber que desejais obter e guardar a
informação que satisfaria à curiosidade ativa ou latente do vosso interlocutor. Nunca procureis
abertamente despertar a curiosidade. Julgo desnecessário dizer a qualquer estudante que nunca deve
falar a respeito de seus estudos, propósitos e desejos neste assunto, porque, deste modo, poria em
guarda quem o ouvisse. Se falásseis a este respeito, violaríeis a primeira regra do estudo do
Magnetismo Pessoal — a de conservar a informação pessoal e não satisfazer a vaidade.
Procurai evitar a lisonja. — O homem atrativo e magnético nunca fala de si. O resultado é que falam
mais dele, admiram--no e aprovam-no mais do que se êle dedicasse toda a sua habilidade em
arranjar artifícios de conversação, destinados a li-sonjear a sua vaidade.
O estudante que dissesse: "Isto não se aplica a mim. Eu nunca procuro a lisonja", seria o único em
mil. Toda gente procura o elogio dos outros, em maior ou menor grau. Os que procuram a lisonja
com mais afinco são os que menos a alcançam, porque não retêm nem conservam a força que atrai
essa forma de corrente mental.
LIÇÃO V
A tremenda força do desejo de elogios, que deve ser conservada e aplicada — Cautela com este
esgotamento — Não tardareis a observar grande mudança.
A tremenda força do desejo de elogios, que deve ser conservada e aplicada. — Cada um de nós pode
recordar-se dos seus momentos de fraqueza, inclusive daqueles em que foi imperioso o desejo de
dizer alguma coisa que tínhamos a convicção de que haveria de impressionar os outros, direta ou
indiretamente, pela importância, argúcia ou raridade do que diríamos. Tal é o desejo de elogios. É
uma força dominante na natureza humana e reconhece-se mesmo na vida animal. Não é coisa de
que se deva ter vergonha, porque é natural. A importância do fato para nós consiste em que é uma