Page 140 - A Magia da Excelencia - Rodrigo Maruxo
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inovação radical. Mas também há inovação na melhoria contínua de
algo que já foi um dia uma inovação radical. O nome desta inovação
é incremental. Posso até não construir algum tipo de inovação
radical em minha empresa, mas devo e posso aplicar a inovação
incremental continuamente.
Na essência da inovação, está a indagação. Walt Disney, com
seu espírito inconformado, era como os melhores filósofos: um
excelente perguntador. Quando perguntamos, questionando as
coisas como são, podemos encontrar novas formas de ser e de
fazer. Os melhores caras com quem já convivi não tinham todas
as respostas, mas sabiam fazer as melhores perguntas.
Perguntar é uma arte e a indagação bem colocada é o caminho
da inovação. E jamais aceitar como resposta um “porque sim!” ou
“ah, sempre funcionou assim”, significará o crescimento pessoal e
coletivo. Muitas empresas sofrem do mal da “tartaruga em cima da
árvore”. Ninguém sabe como ela foi parar lá em cima, mas convivem
com o fato estranho tranquilamente, sem questionar [57] ... Como
consultor, chego nas empresas com a atenção excessiva aos
detalhes ligada e sempre encontro algumas tartarugas nas árvores.
Quando questiono o porquê daquele fato ser daquele jeito, é normal
ouvir um “Não sei... Quando eu cheguei já estava assim!”. Quando
ouço isso, já penso nas oportunidades que ainda não estão
visualizando e sei que temos muito trabalho útil a ser realizado por
ali.
Nossos instrutores nos contaram uma história interessante
envolvendo o Walt Disney e a performance da venda de pipocas em
seu primeiro parque, na Califórnia. Não sei se sabe, mas vender
pipocas é um negócio muito lucrativo e que mantém de pé muitos
negócios, como por exemplo as redes de cinema [58] . E no parque da
Disney esse negócio ia de vento em popa. Muita pipoca vendida,
clientes felizes, acionistas idem, mas aí vem o espírito indagador de
Disney, questionando seus times sobre como fazer para venderem
ainda mais pipocas do que já vendiam. Perceba a inteligência deste
movimento: se algo vai indo bem e pudermos melhorar ainda
mais aquilo, o caminho pode ser muito mais curto do que
atacar algo que ainda não somos assim tão bons. Focar em
melhorar naquilo já somos bons me parece um uso inteligente do