Page 168 - A Magia da Excelencia - Rodrigo Maruxo
P. 168

fazem  com  que  eles  resolvam  por  si  mesmos  problemas
                            que  eles  sempre  traziam  para  seus  líderes  e  que  os
                            impediriam  de  executar  suas  tarefas  normalmente  nos

                            parques. Por exemplo: muitos funcionários chegavam com
                            a barba por fazer e, alegando este problema, não podiam
                            conduzir  atividades  no  parque  por  estarem  em  não-
                            conformidade com o Disney Look. O mesmo em relação a
                            unhas pintadas das meninas ou excesso de maquiagem. E
                            a  lista  de  desculpas  que  a  máquina  resolve  com  os
                            produtos vendidos é ampla, indo desde a fome até o início
                            inesperado de um fluxo menstrual. Assim, o cast member

                            recebe  a  sugestão  de  seu  líder  que  vá  até  a  máquina  e
                            compre  um  ou  mais  produtos  (sim,  ele  usa  seu  próprio
                            dinheirinho  para  desenvolver  o  senso  de  auto  liderança)
                            que solucionam o problema que ele trouxe para a empresa.
                            Lá  existe  à  venda  cortadores  e  lixas  de  unha,  acetona,

                            demaquilante,  creme  e  lâmina  de  barbear,  absorvente
                            íntimo, guloseimas, entre outras coisas.


                     Uma  outra  forma  de  matar  a  “cultura  do  desculpismo”  é  a
                assertividade. Através do diálogo franco e respeitoso do líder com
                o  liderado,  convidando  à  reflexão  sobre  as  responsabilidades  e
                atitudes  desejadas  dentro  da  cultura  em  que  estão  inseridos,
                sempre que necessário.
                     Quando trabalhei na Netshoes, utilizávamos muito uma frase que

                ouvimos do então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush,
                na época do triste episódio dos atentados de 11 de setembro. “Não
                negociamos com terroristas!” - repetia ele em quase todas as suas
                entrevistas.  Passamos  a  utilizar  esta  frase  também  em  nossa
                cultura,  seja  para  conduzir  de  maneira  assertiva  as  exigências
                descabidas de clientes quando estes passavam do ponto tentando

                levar  alguma  vantagem  de  forma  desonesta,  seja  em  relação  ao
                comportamento  dos  colaboradores  que  poderiam  também  tentar
                levar alguma vantagem em atitudes que ultrapassassem a fronteira
                dos  nossos  valores  empresariais.  Certa  vez,  uma  moça  que  eu
                liderava  me  procurou  de  forma  reservada  e  travamos  o  seguinte
                diálogo:
   163   164   165   166   167   168   169   170   171   172   173