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CAPÍTULO 67


                 A oeste da Emhassy Row, tudo estava novamente silencioso dentro do jardim murado com suas
          rosas do século XII e seu mirante. Do outro lado da entrada, um jovem ajudava seu superior corcunda a
          atravessar um amplo gramado.
                 Ele está me deixando guiá-lo?
                 Normalmente,  o  velho  cego  recusaria  a  ajuda,  preferindo  se  orientar  pela  memória  quando
          estava  dentro  de  seu  santuário.  Naquela  noite,  porém,  parecia  ter  pressa  de  entrar  para  retornar  a
          ligação de Warren Bellamy.
                 — Obrigado — disse o velho quando os dois chegaram à construção que abrigava seu escritório
          particular. — Posso seguir sozinho daqui.
                 — Senhor, seria um prazer continuar ajudando...
                 — Você está liberado por hoje — disse o velho, soltando o braço do ajudante e seguindo com
          seu passo arrastado rumo à escuridão. — Boa noite.
                 O rapaz saiu do prédio e tornou a atravessar o amplo gramado até sua modesta casinha dentro
          da propriedade. Ao entrar em casa, ele não conseguia mais conter a curiosidade. Era óbvio que o velho
          tinha  ficado  abalado  com  a  pergunta  feita  pelo  Sr.  Bellamy.  No  entanto,  ela  lhe  parecera  estranha,
          quase sem significado.
                 Não haverá esperança para o filho da viúva?
                 Mesmo  usando  toda  a  sua  imaginação,  o  rapaz  não  fazia  a  menor  ideia  do  que  aquilo
          significava. Intrigado, foi até o computador e digitou a frase num site de buscas.
                 Para sua grande surpresa, páginas e mais páginas de referências apareceram, todas citando
          textualmente a pergunta. Pasmo, ele começou a ler as informações. Parecia que Warren Bellamy não
          era a primeira pessoa na história a ter feito aquela estranha pergunta. As mesmas palavras haviam sido
          pronunciadas  muitos  séculos  antes...  pelo  rei  Salomão,  ao  prantear  um  amigo  assassinado.
          Supostamente, a pergunta ainda era feita hoje em dia pelos maçons, que a usavam como um pedido de
          ajuda em código. Warren Bellamy parecia estar mandando um S.0.S. para um irmão maçom.




          CAPÍTULO 68


                 Albrecht Dürer?
                 Katherine estava tentando juntar as peças do quebra-cabeça enquanto acompanhava Langdon a
          passos rápidos pelo subsolo do Adams Building. AD. quer dizer Albrecht Dürer? O famoso gravador e
          pintor  alemão  do  século  XVI  era  um  dos  artistas  preferidos  de  seu  irmão,  de  modo  que  Katherine
          conhecia um pouco a sua obra. Mesmo assim, não conseguia imaginar como Dürer poderia ajudá-los
          naquele caso. Para começar, ele morreu há mais de 400 anos.
                 — Simbolicamente, Dürer é perfeito — dizia Langdon enquanto eles seguiam a trilha de placas
          iluminadas  indicando  SAÍDA.  —  Ele  representou  a  mente  renascentista  por  excelência:  foi  artista,
          filósofo, alquimista e, ainda por cima, passou a vida inteira estudando os Antigos Mistérios. Até hoje,
          ninguém compreende inteiramente as mensagens escondidas na sua obra.
                 — Pode até ser — disse ela. — Mas como é que “1514 Albrecht Dürer” explica como decifrar a
          pirâmide?
                 Eles  chegaram  a  uma  porta  trancada  e  Langdon  usou  o  cartão  de  acesso  de  Bellamy  para
          passar.
                 —  O  número  1514  está  nos  indicando  uma  obra  bem  específica  de  Dürer  —  disse  Langdon
          enquanto subiam a escada depressa. Chegaram a um enorme corredor e, depois de olhar em volta, ele
          apontou  para  a  esquerda.  —  Por  aqui.  —  Os  dois  apertaram  novamente  o  passo.  —  Na  verdade,
          Albrecht  Dürer  escondeu  esse  número  em  sua  gravura  mais  misteriosa,  chamada  Melancolia  I,  que
          concluiu em 1514. Ela é considerada a obra seminal do Renascimento do norte europeu.
                 Peter certa vez havia mostrado aquela gravura a Katherine em um velho livro sobre misticismo,
          mas ela não se lembrava de nenhum número 1514 escondido.
                 — Como você talvez saiba — disse Langdon, animado —, Melancolia I retrata a luta do homem
          para  compreender  os  Antigos  Mistérios.  Seu  simbolismo  e  tão  complexo  que  faz  Leonardo  da  Vinci
          parecer explícito.
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