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— Aquilo que seu irmão acredita que está escondido na capital...?
— Sim.
— Pode ser encontrado.
Katherine Solomon soou espantada.
— Está me dizendo que... é real? Mal’akh sorriu.
— Às vezes uma lenda que dura muitos séculos... tem um motivo para durar.
CAPÍTULO 6
— Não pode chegar mais perto?—Robert Langdon sentiu uma súbita onda de ansiedade quando
o motorista parou na Rua 1, a uns bons 400 metros do prédio do Capitólio.
— Infelizmente não — respondeu o motorista. — Segurança nacional. Hoje em dia nenhum
veículo pode se aproximar dos prédios importantes. Sinto muito, senhor.
Langdon verificou o relógio, surpreso ao ver que já eram 18h50. Uma área em obras em torno do
National Mall os atrasara, e sua palestra começaria dali a 10 minutos.
— O tempo está virando — disse o motorista, saltando do carro e abrindo a porta do passageiro.
— É melhor o senhor se apressar. — Langdon fez menção de pegar a carteira, mas o homem o deteve
com um gesto. — O seu anfitrião já me deu uma generosa gorjeta além da tarifa.
Típico de Peter, pensou Langdon, recolhendo suas coisas.
— Está bem, obrigado por me trazer.
As primeiras poucas gotas de chuva começaram a cair quando Langdon pisou na esplanada
central graciosamente curva que descia para a entrada subterrânea de visitantes.
O Centro de Visitantes do Capitólio tinha sido um projeto caro e controverso. Descrito como uma
cidade subterrânea comparável a partes da Disney World, ele supostamente disponibilizava mais de 46
mil metros quadrados de espaço para exposições, restaurantes e salões de conferência.
Langdon estava curioso para conhecê-lo, embora não tivesse previsto uma caminhada tão
longa. O céu ameaçava desabar a qualquer momento. Ele apressou o passo para uma corrida leve,
mas seus sapatos sociais patinhavam no cimento molhado. Eu me vesti para dar uma palestra, não
para uma corrida de 400 metros ladeira abaixo na chuva!
Quando chegou ao final da esplanada, estava sem ar e ofegante. Empurrou a porta giratória e
parou por alguns instantes no saguão para recuperar o fôlego e secar as roupas com as mãos.
Enquanto fazia isso, ergueu os olhos para o espaço recém-concluído à sua volta.
Confesso que estou impressionado.
O Centro de Visitantes do Capitólio não se parecia em nada com o que ele esperava. Como era
subterrâneo, Langdon estava apreensivo antes de entrar ali. Um acidente na infância o havia deixado
preso durante uma noite inteira dentro de um poço fundo, o que lhe causara uma aversão quase
incapacitante a espaços fechados. Mas, apesar de estar debaixo da terra, aquele lugar era de alguma
forma... arejado. Leve. Amplo.
O teto era uma vasta superfície de vidro com uma série de impressionantes luminárias que
lançavam um brilho tênue sobre os acabamentos interiores em tom de pérola.
Normalmente, Langdon teria se demorado ali uma hora inteira para admirar a arquitetura, mas,
com cinco minutos faltando para o início da palestra, abaixou a cabeça e percorreu apressado o saguão
principal em direção ao posto de controle de segurança e às escadas rolantes. Relaxe, disse a si
mesmo. Peter sabe que você está a caminho. O evento não vai começar sem você.
No posto de controle, um jovem guarda hispânico conversou com Langdon enquanto ele
esvaziava os bolsos e retirava do pulso o relógio antigo.
— Mickey Mouse? — indagou o guarda, parecendo achar um pouco de graça.
Langdon assentiu, acostumado com aquele tipo de comentário. A edição de colecionador do
relógio do Mickey tinha sido presente dos pais em seu aniversário de 9 anos.
— Uso este relógio para me lembrar de ter calma e levar a vida menos a sério.
— Acho que não está dando certo — comentou o guarda com um sorriso. — O senhor parece
muito apressado.
Langdon sorriu e pôs a bolsa de viagem na esteira de raios X.
— Para que lado fica o Salão das Estátuas?
O guarda fez um gesto em direção às escadas rolantes.
— O senhor vai ver as placas.
— Obrigado. — Langdon pegou a bolsa da esteira e se afastou depressa.
Enquanto a escada rolante subia, ele respirou fundo e tentou organizar os pensamentos. Olhou
para cima, através do teto de vidro salpicado de chuva, para a cúpula iluminada do Capitólio, cujo