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— Desculpe, é o beta do novo software de IC que estamos testando — disse Parrish. — Ele não
para de indicar o número da sua estação de trabalho.
Nola então compreendeu do que ele estava falando. A CIA vinha testando um novo programa de
“integração cooperativa” destinado a produzir alertas em tempo real para departamentos distintos da
agência que estivessem processando campos de dados correlacionados. Numa época de ameaças
terroristas em que o tempo era fator crucial, a chave para evitar uma tragédia muitas vezes consistia em
um simples aviso de que o cara do outro lado do corredor estava analisando justamente a informação
de que você precisava. Para Nola, esse software de IC havia se revelado mais uma distração do que
uma ajuda — ela o chamava de programa de interrupção constante.
— Ah, sim, eu tinha me esquecido — disse Nola. — O que vocês acharam? — A analista estava
certa de que ninguém mais no prédio sequer sabia sobre aquela situação, muito menos poderia estar
trabalhando em algo relacionado a ela. Além disso, Nola passara a maior parte do tempo fazendo uma
simples pesquisa histórica para Sato sobre assuntos esotéricos ligados à Maçonaria. Mesmo assim, era
obrigada a entrar no jogo e fingir interesse.
— Bom, provavelmente não é nada — disse Parrish —, mas nós impedimos o ataque de um
hacker hoje à noite, e o software de IC não para de sugerir que eu compartilhe a informação com você.
Um hacker? Nola bebeu um gole de café.
— Estou ouvindo.
— Há mais ou menos uma hora — disse Parrish — pegamos um cara chamado Zoubianis
tentando acessar um arquivo de uma das nossas bases de dados. Ele disse que tinha sido contratado
para o serviço, mas que não fazia ideia do que havia naquele arquivo nem do que motivara o interesse
por ele. Também não sabia que os dados estavam em um servidor da CIA.
— Certo.
— Nós acabamos de interrogar o sujeito, e ele está limpo. Mas há algo estranho... o mesmo
arquivo que ele estava tentando acessar tinha sido sinalizado mais cedo por uma ferramenta de busca
interna. Parece que alguém entrou no nosso sistema, fez uma pesquisa de palavras-chave específicas
e gerou um arquivo editado. A questão é que as palavras-chave pesquisadas são muito estranhas. E
uma delas em especial foi apontada pelo programa de IC por ser de alta prioridade, ou seja, uma
ocorrência única em ambos os conjuntos de dados. — Ele fez uma pausa. — Você por acaso já ouviu
falar em... symbolon?
Nola deu um pulo na cadeira, derramando café sobre a mesa.
— As outras palavras-chave também são bem esquisitas — continuou Parrish. — Pirâmide,
portal...
— Desça aqui agora — ordenou Nola, enxugando sua mesa. — E traga tudo o que tiver!
— Essas palavras significam mesmo alguma coisa para você?
— AGORA!
CAPÍTULO 89
O Cathedral College é um prédio elegante, com ar de castelo, adjacente à Catedral Nacional. A
Escola de Pregadores, como originalmente concebida pelo primeiro bispo episcopal de Washington, foi
criada para proporcionar uma formação contínua para o clero após a ordenação. Atualmente, a
instituição oferece vários programas sobre teologia, justiça global, cura e espiritualidade.
Depois de atravessar correndo o gramado, Langdon e Katherine entraram no prédio, usando a
chave que Galloway lhes dera. Assim que pisaram no saguão, viram o helicóptero se erguer novamente
por sobre a catedral, seu canhão de luz transformando a noite em dia. Agora, ofegantes, olhavam ao
redor para avaliar onde estavam. As janelas forneciam iluminação suficiente, de modo que Langdon não
viu motivo para acender as luzes e revelar sua localização para os agentes da CIA.
Descendo o corredor central, passaram por uma série de salões de conferência, salas de aula e
áreas de estar. A simplicidade do ambiente fez Langdon pensar nos prédios neogóticos da Universidade
de Yale — deslumbrantes por fora mas surpreendentemente funcionais por dentro, o elegante estilo de
época adaptado para suportar um intenso tráfego de pessoas.
— Por aqui — disse Katherine, indicando a outra ponta do corredor.