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a links de satélite protegidos. Ela havia usado o computador para compartilhar com Bellamy algum tipo
          de informação que o abalara tão profundamente a ponto de garantir sua total cooperação. Simkins não
          fazia ideia do que o Arquiteto tinha visto, mas, fosse o que fosse, o deixara em estado de choque.
                 Ao entrar no hall, Sato se deteve por alguns segundos, baixando a cabeça diante do corpo de
          Hartmann. Logo em seguida, ergueu os olhos e os fixou em Simkins.
                 — Nenhum sinal de Langdon ou Katherine? Nem de Peter Solomon?
                 O agente fez que não com a cabeça.
                 — Se ainda estiverem vivos, ele os levou.
                 — Você encontrou algum computador na casa?
                 — Sim, senhora. No escritório.
                 — Me mostre.
                 Simkins conduziu Sato em direção à sala de estar. O carpete felpudo estava coberto de cacos
          de  vidro  da  janela  estilhaçada.  Eles  passaram  por  uma  lareira,  por  um  quadro  grande  e  por  várias
          estantes  de  livros  antes  de  chegar  à  porta  do  escritório.  O  cômodo  tinha  as  paredes  revestidas  de
          madeira, uma escrivaninha antiga e um monitor grande. Sato contornou a escrivaninha e olhou para a
          tela, fazendo uma careta.
                 — Droga — disse baixinho.
                 Simkins deu a volta e encarou o monitor. Estava apagado.
                 — O que houve?
                 Sato apontou para um lugar na escrivaninha com vários cabos para conectar um laptop.
                 — Ele levou o computador.
                 Simkins não entendeu.
                 — Esse homem tem informações que a senhora quer ver?
                 — Não — respondeu Sato, em tom grave. — Ele tem informações que não quero que ninguém
          veja.
                 Lá embaixo, no subsolo secreto, Katherine Solomon havia escutado o barulho do helicóptero,
          seguido pelo som de vidro se quebrando e botas pesadas pisando o chão acima dela. Tentou gritar por
          socorro, mas a mordaça em sua boca tornava isso impossível. Ela mal conseguia emitir qualquer som.
          Quanto mais tentava, mais depressa o sangue escorria de seu braço.
                 Katherine estava ofegante e um pouco tonta.
                 Ela sabia que precisava se acalmar. Use a mente, Katherine. Com toda a força de vontade que
          conseguiu reunir, ela se convenceu a entrar em um estado de meditação.
                 A mente de Robert Langdon flutuava pelo vazio do espaço. Ele olhou para aquele vácuo infinito
          em busca de algum ponto de referência. Não encontrou nada.
                 Breu total. Silêncio total. Paz total.
                 Não havia sequer a força da gravidade para lhe dizer qual lado ficava para cima.
                 Seu corpo havia sumido.
                 Isto deve ser a morte.
                 O tempo parecia estar se deformando, esticando-se e comprimindo-se, como se ali não fosse
          possível dimensioná-lo. Langdon havia perdido qualquer noção de quanto tempo se passara.
                 Dez segundos? Dez minutos? Dez dias?
                 No  entanto,  de  repente,  como  explosões  incandescentes  vindas  de  galáxias  distantes,
          lembranças  começaram  a  se  materializar, flutuando  em  sua  direção  como  ondas  de  choque  por  um
          vasto nada.
                 Na  mesma  hora,  Robert  Langdon  começou  a  se  lembrar.  As  imagens  o  invadiram  com
          violência... vívidas, perturbadoras. Ele estava olhando para um rosto coberto de tatuagens. Um par de
          mãos potentes erguia sua cabeça e batia com ela no chão.
                 Uma dor surgia... depois a escuridão.
                 Uma luz cinzenta.
                 Um latejar.
                 Filetes de memória. Langdon sendo arrastado, semiconsciente, cada vez mais para baixo. Seu
          captor cantando alguma coisa.
                 Verbum significatium... Verbum omnificum... Verbum perdo...
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