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— Mas não deveríamos pelo menos tirar as digitais dos dedos para confirmar que a mão
pertence a Peter Solomon?
— Eu confirmo — disse Langdon, sentindo uma certeza nauseante. — Reconheço o anel.., e a
mão dele. — Ele fez uma pausa. — Mas as tatuagens são novas. Alguém fez isso com ele
recentemente.
— Como disse? — Pela primeira vez desde sua chegada, a diretora pareceu perturbada. — A
mão está tatuada?
Langdon assentiu.
— O polegar tem uma coroa. E o indicador, uma estrela.
Sato sacou seus óculos e caminhou até a mão, rodeando-a feito um tubarão.
— Além disso — disse Langdon —, embora não dê para ver os outros três dedos, tenho certeza
de que eles também vão estar com as pontas tatuadas.
Sato pareceu intrigada com a observação e gesticulou para Anderson se aproximar.
— Chefe, pode dar uma olhada nos outros dedos para nós, por favor?
Anderson se agachou ao lado da mão, tomando cuidado para não tocar nela. Aproximou a
bochecha do chão e examinou a parte de baixo dos dedos fechados.
— Ele tem razão, diretora. Todos os dedos estão tatuados, mas não estou conseguindo ver
muito bem o que os outros...
— Um sol, uma lamparina e uma chave — disse Langdon em tom neutro.
Sato ficou de frente para Langdon, avaliando-o com os olhos miúdos.
— E como é que o senhor pode saber isso?
Langdon retribuiu seu olhar.
— A imagem da mão humana marcada dessa forma nas pontas dos dedos é um ícone muito
antigo. É conhecida como “a Mão dos Mistérios”
Anderson se levantou abruptamente.
— Esta coisa tem nome?
Langdon aquiesceu.
— É um dos ícones mais secretos do mundo antigo.
Sato entortou a cabeça.
— Então posso perguntar que raios isso está fazendo no meio do Capitólio dos Estados Unidos?
Langdon desejou poder acordar daquele pesadelo.
— Tradicionalmente, minha senhora, a mão era usada como um convite.
— Um convite... para quê? — quis saber ela.
Ele baixou os olhos para os símbolos tatuados na mão cortada do amigo.
— Durante séculos, a Mão dos Mistérios representou uma convocação mística. Basicamente, ela
é um convite para receber conhecimentos sagrados, um saber protegido a que apenas uma pequena
elite tinha acesso.
Sato cruzou os braços finos e ergueu para ele os olhos negros feito carvão.
— Bem, professor, para alguém que alega não ter a menor ideia do que está fazendo aqui... o
senhor está se saindo muito bem até agora.
CAPÍTULO 18
Katherine Solomon vestiu o jaleco branco e começou sua habitual rotina de chegada — sua
“ronda’ como dizia o irmão.
Como uma mãe nervosa conferindo o sono de um bebê, Katherine espichou a cabeça para
dentro da sala de máquinas. O gerador de hidrogênio estava funcionando bem, com os tanques de
reserva aninhados em segurança nos suportes.
Katherine prosseguiu pelo corredor até a sala de armazenamento de dados. Como sempre, as
duas unidades holográficas redundantes de backup emitiam um zumbido reconfortante dentro de seu
compartimento com temperatura controlada. Toda a minha pesquisa, pensou ela, olhando através do
vidro de segurança de 7,5 centímetros de espessura. Os dispositivos de armazenamento holográfico de
dados, ao contrário de seus antepassados do tamanho de geladeiras, pareciam mais os elegantes
componentes de um aparelho de som, cada qual empoleirado em um pedestal em forma de coluna.
Os dois drives holográficos do laboratório eram sincronizados e idênticos — funcionavam como
backups redundantes para salvar cópias iguais de seu trabalho. A maioria dos protocolos de
armazenamento de dados recomendava um segundo sistema de backup que fosse externo ao local,
para o caso de haver um terremoto, um incêndio ou um roubo, mas Katherine e o irmão haviam