Page 67 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
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Anderson parecia afobado e Sato estava novamente com o rosto enterrado no BlackBerry.
Langdon tinha ouvido dizer que o sinal dos celulares era ampliado e transmitido para todos os cantos do
prédio do Capitólio, de modo a possibilitar as centenas de ligações governamentais que trafegavam por
ali diariamente.
Depois de atravessar a cripta na diagonal, o grupo adentrou um saguão fracamente iluminado e
começou a serpentear por uma intrincada série de corredores e becos sem saída. O emaranhado de
passagens tinha portas numeradas, cada qual exibindo um número de identificação. Enquanto seguiam
seu caminho sinuoso, Langdon foi lendo o que estava escrito nas portas.
S154... S153... S152...
Não fazia a menor ideia do que havia atrás delas, mas pelo menos uma coisa agora parecia
clara: o significado da tatuagem na palma da mão de Peter Solomon. SBB13 parecia se referir a uma
porta numerada em algum lugar nas entranhas do Capitólio.
— O que são todas estas portas? — perguntou Langdon, apertando sua bolsa de viagem com
força junto às costelas. Ele queria entender que relação poderia ter o pequeno embrulho de Solomon
com uma porta na qual estava escrito SBB13.
— Salas e depósitos — respondeu Anderson. — Escritórios e depósitos particulares —
acrescentou ele, relanceando os olhos para trás, na direção de Sato.
Sato sequer ergueu os olhos do BlackBerry.
— Parecem minúsculos — comentou Langdon.
— São armários metidos a besta, a maioria, mas mesmo assim é um dos metros quadrados
mais cobiçados de Washington. Isto aqui é o coração do Capitólio original, e a antiga câmara do
Senado fica dois andares acima de onde estamos.
— E a SBB13? — indagou Langdon. — É o escritório de quem?
— De ninguém. O SBB é uma área de depósito particular, e devo dizer que estou intrigado para
saber como...
— Chefe Anderson — interrompeu Sato, sem tirar os olhos do BlackBerry. — Leve-nos até lá e
pronto.
Anderson contraiu o maxilar e os guiou em silêncio pelo que agora parecia um híbrido de galpão
de armazenagem e labirinto épico. Em quase todas as paredes, placas de sinalização apontavam para
um lado e para o outro, aparentemente tentando indicar grupos específicos de salas em meio àquela
rede de corredores.
S142 a S152...
ST1 a ST7O...
H1 a H166 & HT1 a HT67...
Langdon duvidava que fosse capaz de encontrar sozinho a saída daquele lugar. Isto aqui é um
labirinto. Até onde conseguia entender, os números das salas eram precedidos de S ou H, dependendo
se estavam do lado do prédio correspondente ao Senado ou à House of Representatives, ou seja, a
Câmara dos Representantes. As áreas designadas como ST e HT ficavam aparentemente em um nível
que Anderson chamava de Terrace, um subsolo situado sob os terraços que cercavam o Capitólio.
Nem sinal de placa indicando SBB.
Por fim, chegaram diante de uma pesada porta de aço com um compartimento para inserir um
cartão de acesso.
Nível SB
Langdon sentiu que estavam chegando perto.
Anderson fez menção de pegar o cartão de acesso, mas hesitou, parecendo desconfortável com
as ordens de Sato.
— Chefe — instou a diretora. — Não temos a noite toda.
Com relutância, ele inseriu o cartão, destrancando a porta de aço. Depois a empurrou e todos
entraram num saguão. A porta pesada se fechou atrás deles com um dique.
Langdon não tinha certeza do que esperava encontrar ali, mas certamente não era o que via à
sua frente. Estava diante de uma escadaria que descia ainda mais.
— Vamos descer de novo? — perguntou, estacando. — Existe um nível abaixo da cripta?
— Sim — respondeu Anderson. — SB significa “Senate Basement”. É o Subsolo do Senado.
Langdon gemeu. Que ótimo.