Page 63 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
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peter, parabéns por aprender a mandar torpedos! aliviada por você
estar bem. falei com o Dr. A. e ele está vindo, até já! — k
Segurando com firmeza o iPhone de Solomon, Mal’akh se agachou ao lado da limusine e
posicionou o aparelho entre o pneu dianteiro e o asfalto. Aquele telefone tinha sido muito útil... mas já
estava na hora de evitar que pudessem rastreá-lo. Ele se sentou no banco do motorista, ligou o carro e
avançou até ouvir o estalo nítido do iPhone se partindo.
Depois Mal’akh desligou novamente o carro e olhou para a silhueta distante do CAMS. Dez
minutos. O imenso depósito de Peter Solomon abrigava mais de 30 milhões de tesouros, mas Mal’akh
tinha ido até ali aquela noite para destruir apenas os dois mais valiosos.
A pesquisa de Katherine Solomon.
E a própria Katherine Solomon.
CAPÍTULO 26
— Professor Langdon? — disse Sato. — O senhor parece ter visto um fantasma. Está tudo
bem?
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Langdon puxou a bolsa de viagem mais para cima do ombro e colocou a mão sobre ela, como
se de alguma forma isso pudesse ocultar o pacote em forma de cubo que ele estava carregando. Podia
sentir que seu rosto tinha ficado pálido.
— Eu só estou... preocupado com Peter.
Sato inclinou a cabeça, olhando enviesado para ele.
Langdon teve um súbito receio de que o envolvimento de Sato naquela noite pudesse ter alguma
relação com o pequeno embrulho que Solomon lhe havia confiado. Peter tinha avisado a Langdon:
Pessoas poderosas vão tentar roubar isso. Seria perigoso nas mãos erradas. Langdon não podia
imaginar por que a CIA iria querer uma caixinha contendo um talismã.., ou aquilo que ele poderia se
tornar. Ordo ab chao?
Sato chegou mais perto, examinando-o com os olhos negros.
— Sinto que o senhor teve uma revelação, estou certa?
Langdon percebeu que estava suando.
— Não, não exatamente.
— Em que está pensando?
— Eu só... — Langdon hesitou, sem ter a menor ideia do que dizer. Não pretendia revelar a
existência do pacote, mas, se Sato o levasse para a CIA, sua bolsa provavelmente seria revistada na
entrada.
— Na verdade — mentiu ele —, tive outra ideia em relação ao número na mão de Peter.
A expressão de Sato nada revelou.
— Sim? — Ela olhou de esguelha para Anderson, que estava voltando depois de receber a
equipe de criminalística que finalmente chegara.
Langdon engoliu em seco e se agachou ao lado da mão, perguntando-se o que poderia inventar
para lhes dizer. Você é professor, Robert — improvise! Deu uma última olhada nos sete símbolos
diminutos, torcendo para ter algum tipo de inspiração.
IIIX885
Nada. Branco total.
À medida que a memória fotográfica de Langdon ia percorrendo sua enciclopédia mental de
símbolos, ele só conseguiu encontrar uma coisa para dizer. Era algo que havia lhe ocorrido inicialmente,
mas que parecia improvável. No momento, porém, ele precisava ganhar tempo para pensar.
— Bem — começou ele —, para um simbologista, a primeira pista de que ele está no caminho
errado ao decifrar símbolos e códigos é quando começa a interpretá-los usando linguagens simbólicas
múltiplas. Por exemplo, quando eu lhes disse que este texto estava escrito em romano e arábico, fiz
uma análise ruim, pois usei mais de um sistema simbólico. O mesmo vale para algarismos romanos e
runas.
Sato cruzou os braços e arqueou as sobrancelhas como quem diz: “Continue.”