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Langdon ficou surpreso ao recordar a caixinha que passara aquele tempo todo guardada dentro
de seu cofre.
— Na verdade, faz, sim. Eu sei a que Peter está se referindo.
— E pode trazer?
— Claro. Diga a ele que vou levar.
— Maravilha. — O assistente pareceu aliviado. — Boa palestra hoje à noite. E boa viagem.
Antes de sair de casa, Langdon havia retirado o embrulho do fundo de seu cofre, colocando-o
dentro da bolsa de viagem.
Agora, estava parado dentro do Capitólio dos Estados Unidos, certo apenas de uma coisa. Peter
Solomon ficaria horrorizado se soubesse quão gravemente Langdon o havia decepcionado.
CAPÍTULO 25
Meu Deus, Katherine tinha razão. Como sempre.
Pasma, Trish Dunne encarava os resultados do spider de busca que se materializavam no telão
de plasma à sua frente. Tinha duvidado de que a busca fosse produzir qualquer resultado, mas, na
verdade, ela já somava mais de uma dezena de ocorrências. E outras continuavam a chegar.
Uma delas em especial parecia bastante promissora.
Trish se virou e gritou na direção da biblioteca:
— Katherine? Acho que você vai querer ver isto aqui!
Há alguns anos que Trish não usava um spider de busca como aquele, e os resultados daquela
noite a deixaram espantada. Poucos anos atrás, esta busca não teria dado em nada. Agora, no entanto,
parecia que a quantidade de material digital disponível para pesquisa no mundo havia explodido a ponto
de ser possível encontrar literalmente qualquer coisa. E o que era mais incrível: uma das palavras-
chave era um termo do qual Trish nunca tinha ouvido falar... e a busca havia encontrado até mesmo
isso.
Katherine atravessou correndo a porta da sala de controle.
— O que você encontrou?
— Uma porção de candidatos. — Trish gesticulou na direção do telão de plasma.
— Cada um desses arquivos contém todas as suas expressões-chave ipsis litteris. Katherine
ajeitou os cabelos atrás da orelha e examinou a lista.
— Antes de você se animar demais — acrescentou Trish —, posso lhe garantir que a maioria
desses documentos não é o que você está procurando. Eles são o que nós chamamos de buracos
negros. Olhe só o tamanho dos arquivos. São absolutamente enormes. Parecem pastas compactadas
de milhões de e-mails, gigantescas coleções de enciclopédias em versão integral, fóruns globais ativos
há muitos anos e assim por diante. Por causa do tamanho e do conteúdo diversificado, esses arquivos
contêm tantas palavras-chave potenciais que atraem qualquer ferramenta de busca que chegue perto
deles.
Katherine apontou para uma das ocorrências perto do início da lista.
— E este aqui?
Trish sorriu. Sua chefe estava um passo à frente, e havia encontrado o único arquivo pequeno
da lista.
— Olhos de águia. Pois é, esse é o nosso único candidato de verdade até agora. Esse arquivo é
tão pequeno que não pode ter mais que uma página ou algo assim.
— Abra-o, por favor — pediu Katherine.
Trish nunca imaginaria que um arquivo de uma página pudesse conter todos os estranhos
strings de pesquisa que Katherine tinha lhe passado. No entanto, quando clicou para abrir o arquivo, as
expressões-chave estavam.., cristalinas e fáceis de encontrar no texto.
Katherine chegou mais perto, seus olhos cravados no telão de plasma.
— Mas esse arquivo foi.., editado?
Trish aquiesceu.
— Bem-vinda ao mundo dos textos digitalizados.
A edição automática havia se tornado prática corriqueira na produção de textos digitalizados. Era
um processo no qual um servidor permitia ao usuário pesquisar o texto inteiro, mas depois só revelava
uma pequena parcela deste, uma espécie de teaser, apenas o texto imediatamente adjacente às
expressões-chave requisitadas. Ao omitir a maior parte do texto, o servidor evitava a violação da lei de
direitos autorais, além de transmitir ao usuário urna mensagem intrigante: Eu tenho a informação que
você está procurando, mas, se quiser, vai ter que pagar por ela.