Page 54 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
P. 54
— Sim, a exigência dele foi bem específica. Infelizmente, nenhum de nós sabia do que ele
estava falando. O que ele queria nunca fez sentido para nós.
— Bem, fez sentido para seu irmão.
— O quê? — Katherine se empertigou na cadeira.
— Pelo menos segundo a história que ele me contou ontem, Peter sabia exatamente o que o
intruso estava procurando. Mas, mesmo assim, ele não quis entregar o objeto, então fingiu que não
estava entendendo.
Isso é um absurdo. Não havia como Peter saber o que aquele homem queria. As exigências dele
não faziam sentido!
— Interessante. — O Dr. Abaddon fez uma pausa e tomou algumas notas. — Mas, como eu
disse, Peter me falou que sabia, sim. Seu irmão acredita que, se houvesse cooperado com o intruso,
talvez sua mãe ainda estivesse viva. Essa decisão é a origem de toda a sua culpa.
Katherine sacudiu a cabeça.
— Mas que loucura...
Abaddon afundou na cadeira, com ar de preocupação.
— Sra. Solomon, o que a senhora acabou de me dizer foi útil. Como eu temia, seu irmão parece
ter sofrido uma pequena ruptura em relação à realidade. Devo admitir que já desconfiava disso. Foi por
esse motivo que pedi a ele que voltasse hoje. Esses episódios delirantes não são incomuns no que diz
respeito a lembranças traumáticas.
Katherine tornou a sacudir a cabeça.
— Peter não é homem de ter delírios, Dr. Abaddon.
— Concordo, mas...
— Mas o quê?
— Mas o que ele me disse sobre o ataque foi só o começo... uma ínfima fração da longa e
improvável história que me contou.
Katherine se inclinou para a frente na cadeira.
— O que foi que Peter contou ao senhor?
Abaddon deu um sorriso triste.
— Sra. Solomon, deixe-me fazer uma pergunta. Seu irmão alguma vez conversou com a
senhora sobre o que ele acredita estar escondido aqui em Washington... ou sobre o papel que ele
acredita ter na proteção de um grande tesouro relacionado a um conhecimento antigo perdido?
O queixo de Katherine caiu.
— Do que o senhor está falando?
O Dr. Abaddon soltou um longo suspiro.
— O que eu vou lhe contar vai ser um pouco chocante, Katherine. — Ele fez uma pausa e a
encarou nos olhos. — Mas, se você puder me dizer qualquer coisa que souber a respeito, será de uma
utilidade incalculável. — Ele estendeu a mão para a xícara dela. — Mais chá?
CAPÍTULO 23
Outra tatuagem.
Ansioso, Langdon se agachou ao lado da palma aberta de Peter e examinou os sete símbolos
diminutos escondidos sob os dedos fechados e sem vida.
[nota da digitadora: o símbolo é um desenho com as formas semelhantes as letras e números
representados abaixo]
IIIX885
— Parecem números — disse Langdon, surpreso. — Mas não consigo reconhecê-los.
— O primeiro é um algarismo romano — disse Anderson.
— Na verdade, acho que não — corrigiu Langdon. — O algarismo romano I-I-I-X não existe. O
certo seria V-I-I.
— E o resto? — perguntou Sato.
— Não tenho certeza. Parece 885 em algarismos arábicos.
— Arábicos? — perguntou Anderson. — Parecem números normais.
— Os nossos algarismos normais são arábicos. — Langdon se acostumara de tal forma a
esclarecer essa questão para seus alunos que havia preparado uma palestra sobre os progressos