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— O que foi?
                 Os  olhos  de  Langdon  se  voltaram  rapidamente  para  a  mão.  Cinco  tatuagens.  Ele  percebeu
          naquele instante que o que estava dizendo talvez não fosse inteiramente verdade.
                 — Professor? — insistiu Sato.
                 Langdon se aproximou lentamente do objeto medonho. Peter apontará o caminho.
                 —  Mais  cedo,  passou  pela  minha  cabeça  que  talvez  esse  cara  tivesse  deixado  algum  objeto
          preso entre os dedos de Peter... um mapa, uma carta ou instruções por escrito.
                 — Mas não deixou — disse Anderson. — Como o senhor pode ver, os três dedos não estão
          muito apertados.
                 — Tem razão — disse Langdon. — Mas acaba de me ocorrer que... — Ele então se agachou,
          tentando olhar por debaixo dos dedos para ver a parte escondida da palma da mão de Peter. — Talvez
          não esteja escrito em papel.
                 — Acha que está tatuado? — indagou Anderson.
                 Langdon aquiesceu.
                 — O senhor está vendo alguma coisa na palma? — perguntou Sato.
                 Langdon se agachou mais ainda, tentando espiar por debaixo dos dedos fechados sem muita
          firmeza.
                 — Deste ângulo não dá. Não consigo...
                 — Ah, pelo amor de Deus — disse Sato, movendo-se na sua direção. — Abra essa maldita coisa
          e pronto!
                 Anderson se colocou na sua frente.
                 — Senhora, nós precisamos realmente esperar pela perícia antes de...
                 —  Eu  quero  respostas  —  disse  Sato,  empurrando-o  para  passar.  Ela  se  agachou,  afastando
          Langdon.
                 Ele  se  levantou  e  ficou  olhando,  incrédulo,  enquanto  a  diretora  tirava  uma  caneta  do  bolso,
          inserindo-a cuidadosamente sob os três dedos dobrados. Então, ela os puxou um a um para cima até a
          mão ficar totalmente aberta, com a palma visível.
                 Sato ergueu os olhos para Langdon, e um leve sorriso se espalhou por seu rosto.
                 — Acertou de novo, professor.


          CAPÍTULO 22

                 Enquanto andava de um lado para o outro da biblioteca, Katherine Solomon arregaçou a manga
          do  jaleco  e  conferiu  o  relógio.  Não  era  uma mulher  acostumada  a  esperar,  mas,  naquele momento,
          tinha a sensação de que todo o seu mundo estava em suspenso. Estava à espera dos resultados do
          spider de busca de Trish, de notícias do irmão e, para completar, do telefonema do homem responsável
          por toda aquela situação angustiante.
                 Quem  dera  ele  não  tivesse  me  dito  nada,  pensou  ela.  Normalmente,  Katherine  era  muito
          cuidadosa ao conhecer pessoas novas e, embora tivesse encontrado aquele homem pela primeira vez
          naquela tarde, ele havia conquistado sua confiança em poucos minutos. Integralmente.

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                 Katherine  recebera  sua  ligação  mais  cedo,  quando  estava  em  casa  saboreando  seu  habitual
          prazer das tardes de domingo: atualizar a leitura dos periódicos científicos da semana.
                 — Sra. Solomon? — indagara uma voz estranhamente delicada. — Meu nome é Dr. Christopher
          Abaddon. Gostaria de falar com a senhora um instante a respeito do seu irmão.
                 —  Desculpe,  mas quem  está falando?  —  perguntara  ela.  E  como foi  que  você  arranjou  meu
          número de celular pessoal? — Dr. Christopher Abaddon? — repetiu Katherine, sem reconhecer o nome.
                 O homem pigarreou, como se a situação tivesse se tornado constrangedora.
                 —  Desculpe,  Sra.  Solomon.  Eu  achei  que  o  seu  irmão  tivesse  lhe  falado  sobre  mim.  Sou  o
          médico dele. Seu celular estava listado como o contato de emergência dele.
                 O coração de Katherine deu um salto. Contato de emergência?
                 — Aconteceu alguma coisa?
                 — Não... acho que não — respondeu o homem. — Peter faltou a uma consulta hoje de manhã, e
          não estou conseguindo falar com nenhum dos telefones que ele me deu. Como seu irmão nunca falta
          às consultas sem ligar antes, fiquei um pouco preocupado. Hesitei antes de ligar para a senhora, mas...
                 — Não, o que é isso, não tem problema nenhum, obrigada pela preocupação. — Katherine ainda
          estava tentando ligar o nome do médico à pessoa. — Desde ontem de manhã que não falo com meu
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