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CONCLUSÃO
A Responsabilidade Social das Empresas (RSE), mais concretamente a análise
da sua aplicação numa dada organização, constituiu o principal objectivo deste trabalho,
mas antes de se explanar os aspectos mais importantes verificados, importa analisar
passo a passo os resultados obtidos.
A União Europeia (UE) é um importante actor supranacional que contribui de
uma forma regular com vários documentos sob a forma de estudos, recomendações,
entre outros, onde se destacam o Livro Verde: Promover um quadro europeu para a
responsabilidade social das empresas, COM (2001) 366 final e a Comunicação da
Comissão relativa à Responsabilidade Social das Empresas: um contributo das
empresas para o Desenvolvimento Sustentável, COM (2002 347 final que suscitaram
um aceso debate. São ainda de realçar algumas iniciativas como o Fórum Multilateral
que promoveu o diálogo entre as várias partes interessadas.
A nível nacional, além das várias iniciativas políticas, entre as quais a Estratégia
Nacional para o Desenvolvimento Sutentável (2007), tem havido alguns contributos da
sociedade, nomeadamente através de seminários, colóquios, conferências que procuram
difundir a RSE. Apesar da escassez de estudos sistemáticos sobre a realidade da RSE
em Portugal (Rego et al, 2007b), alguns como o “Ser PME Responsável” do IAPMEI
revelam que, ao nível das Pequenas e Médias Empresas (PME), o conceito de RSE é
entendido de uma forma vaga, imprecisa e parcial. A maior parte das empresas tem
implementadas medidas para proteger a saúde, segurança e higiene dos colaboradores,
mas não existe um plano ou estratégia devidamente estruturados. Logo, as medidas são
aplicadas de uma forma isolada. De igual modo, os cidadãos e os consumidores ainda
não agarraram o conceito.
À medida que o trabalho evoluia, deparou-se com a ética, comportamentos
éticos que levariam à ética empresarial. Verificou-se a relação do conceito de ética com
a moral, a lei e a consciência. A análise revela que é possível ser-se ético, violando a lei
e que não basta apenas seguir-se a consciência para se ser ético.
A ética empresarial tem vindo a registar uma maior visibilidade e alguns autores
têm contribuido com várias posições dissonantes: há autores que referem que as lógicas
da ética não têm lugar no meio empresarial, outros afirmam que para haver um correcto
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