Page 26 - Calourando 1ª Edição
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NARRATIVAS DE UMA EXPERIÊNCIA FORMADORA: ENTRE O
SABER E O FAZER
NO PIBID
Dailma B. Fagundes, Josemar N. dos Santos, Wagner da S. Teixeira
los. Ademais, tínhamos acabado de chegar à escola e aproveitamento, visto que os professores frequentaram e
precisaríamos de tempo para criar, planejar e desenvolver tiraram suas dúvidas. Ouvi-los agradecer pela parceria foi
um projeto que fosse exequível, pois nos deparamos com gratificante e nos instigou a nos empenhar mais no sentido
uma enorme dificuldade: não havia horários disponíveis de colaborar, no que fosse possível, com a escola.Mesmo
para trabalharmos com os alunos, uma vez que não existe com algumas dificuldades, conseguimos ministrar tais
o componente curricular de “Computação/Informática” oficinas em duas semanas e partimos então para um
nas escolas do município de Senhor do Bonfim. planejamento minucioso das próximas etapas, com a
Trabalhar oficinas com os professores fora o intenção de iniciar nossas atividades com os discentes,
momento inicial de nossa atuação no PIBID. Estávamos nosso principal foco.
diante de nosso primeiro desafio. Eram professores com
anos de carreira, com saberes construídos ao longo da 2.1 A PRÉVIA PARA O PRIMEIRO CONTATO
COM OS DISCENTES...
profissão, mas que precisavam estar inseridos no mundo
tecnológico em que vivemos hoje. E para isso estávamos
lá, instruí-los, na medida do possível, quanto ao uso de Concebemos o PIBID como um instrumento para
aparatos tecnológicos para auxílio pedagógico. Porém, há construirmos estruturas que contribuam e dialoguem com
que se elucidar que a necessidade de avaliar e o desenvolvimento de nossa prática docente, por isso o
compreender como se dá todo o processo de inserção de vemos como um componente formativo determinante
ferramentas tecnológicas e de como utilizá-las no para a construção da identidade de futuros profissionais da
CURIOSIDADE
contexto escolar é emergente, visto que as mesmas não educação. O equiparamos como um momento de estágio,
podem ser vistas apenas como simples aportes uma vez que neste, como no Pibid, temos a oportunidade
pedagógicos, ou o “novo quadro negro”. de colocarmos em prática o que aprendemos em sala de
É evidente que se precisa de métodos específicos aula. Segundo Mafuani (2011, apud BERNARDY e PAZ,
de uso para que os dispositivos computacionais não sejam 2012, p.6):
limitados. Para tanto, é necessário o estudo e
A experiência do estágio é essencial para
aprimoramento de métodos de ensino que contemplem o a formação integral do aluno,
considerando que cada vez mais são
fechamento das lacunas deixadas pelo uso convencional
requisitados profissionais com
dos dispositivos computacionais na educação. A mudança habilidades e bem preparados. Ao
chegar à universidade o aluno se depara
de paradigma é urgente.
com o conhecimento teórico, porém
Segundo um levantamento feito por nós, por meio de muitas vezes, é difícil relacionar teoria e
prática se o estudante não vivenciar
questionários, a escola dispunha de TV Pendrive,
momentos reais em que será preciso
computadores, data show, computadores interativos e analisar o cotidiano.
tablets (1 para cada professor
Partindo desta premissa e certos de que o
– o corpo de professores é de 41 efetivos mais 3 em
momento da prática havia chegado, nos engajamos em um
sistema de Prestação de Serviço Temporário-PST), porém
período de planejamento que durou cerca de dois meses.
a maioria dos professores não sabia utilizar estes
Fora um período riquíssimo, cheio de desafios e
equipamentos, além de também não ter nenhuma
superações. Precisávamos pensar numa maneira de nos
familiaridade com o sistema operacional utilizado nos
aproximar de nosso público alvo de forma efetiva e
computadores do laboratório de informática, o Linux
duradoura, uma vez que não tínhamos horários próprios
Educacional. Então, planejamos oficinas para ensinar a
para atuação com os discentes.
utilizar tais ferramentas e tivemos um grande
A necessidade de se compreender a importância