Page 113 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
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             coisas.  Conforme dissemos, escolher pressupõe aceitar um
             alternativa e rejeitar outra ou outras.
                    Sempre há algo que leva a vontade a fazer uma escolha.)
             E, se a vontade é determinada, então há algo que a determina.í
             O que determina a vontade? Respondemos que é uma poderosa
             força motivadora que se faz sentir sobre ela. A natureza dessa
             força é diferente, nos diversos casos.  Em uma pessoa, pode
             tratar-se da lógica do raciocínio; em outra, pode ser o impulso
             das  emoções;  em  outra,  a  voz  da  consciência;  em outra,  o
             sussurro  do tentador;  em outra,  o poder do Espírito  Santo.
             Qualquer dessas forças motivadoras que exerça a influência
            maior e que seja mais poderosa sobre o próprio indivíduo é a
             que impulsiona a vontade à ação. Em outras palavras, a opera­
            ção  da  vontade  é  determinada  por  aquela  condição  mental
             (por sua vez influenciada pelo mundo, pela carne, pelo diabo
            ou pelo Senhor Deus) que possui o maior grau de tendência a
            excitar  a  vontade.  Ilustrando  o  que  acabamos  de  dizer,
            analisemos  um  exemplo  simples:  Numa  tarde  de  domingo,
            um  amigo  nosso  estava  com  forte  dor  de  cabeça.  Visitas
            deveriam ser feitas a enfermos, e ele não queria faltar; temia,
            porém, que o esforço lhe agravasse o estado, ao ponto de não
            poder pregar o evangelho naquela noite.  Defrontava-se com
            duas  alternativas:  visitar  os  doentes  e  arriscar-se  a  adoecer
            ou  descansar  naquela  tarde  (e  visitar  os  doentes  no  dia
            seguinte), havendo a probabilidade de levantar-se com novas
            forças e em condições de participar do culto noturno.  Ora, o
            que  ajudou  nosso  amigo  em  sua  escolha  entre  as  duas
            alternativas? A vontade? De modo nenhum.  É verdade que,
            finalmente, a vontade fez uma escolha, mas a própria vontade
            foi  motivada  a fazer  tal  escolha.  No  caso  de  nosso  amigo,
            certas  considerações  apresentaram  fortes  motivos  em  favor
            da seleção de uma ou outra alternativa; esses motivos foram
            confrontados entre si, pelo próprio indivíduo, isto é, pelo seu
            coração e pela sua mente; e foi estabelecida a alternativa que
            teve o apoio de motivos mais poderosos. A decisão adequada
            foi tomada,  e,  então,  a vontade passou a agir.  Por um lado,
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