Page 114 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
P. 114

Vimlmlc Humana                                         109


           iio N s o   amigo sentiu-se impulsionado,  pelo senso do dever,  a
           Ir visitar os enfermos;  a compaixão o movia a agir assim,  e
           pn.hc foi um forte motivo que se lhe apresentou à mente.  Por
           nutro lado, seu bom senso fê-lo lembrar que ele mesmo estava
           longe de sentir-se bem, que necessitava urgentemente de um
           bom descanso e que, se visitasse os enfermos naquele estado,
           provavelmente  pioraria,  ficando  impedido  de  pregar  o
           evangelho  naquela  noite.  Outrossim,  sabia  que,  no  dia
           seguinte,  permitindo-o Deus, poderia visitar os enfermos e,
           sendo assim,  concluiu que deveria descansar naquela tarde.
           Dois grupos de alternativas  se apresentaram a nosso irmão:
           de um lado,  seu senso de dever mais a sua própria simpatia;
           de outro lado,  o reconhecimento de sua própria necessidade
           mais a preocupação pela glória de Deus, pois sentia que devia
           pregar  o  evangelho  naquela  noite.  A  última  alternativa  foi
           que  prevaleceu.  Considerações  espirituais  sobrepujaram  o
           senso  de  dever.  Tomada  a  decisão,  a  vontade  agiu  nesse
           sentido, e ele foi descansar. Uma análise deste caso evidencia
          que a mente, a capacidade de raciocinar, foram dirigidas por
          considerações espirituais; e, a mente, por sua vez,  regulou e
          controlou a vontade.  Por isso  dizemos  que,  se  a vontade  é
          controlada, ela não é soberana nem livre, sendo apenas uma
          serva da mente.
                  Freqüentemente  ensina-se  que  a  vontade  governa  o
          homem;  mas  a  Palavra de  Deus  afirma  que  o  coração  é  o
          centro  dominante do  ser.  Muitos  trechos  bíblicos poderiam
          ser citados em abono deste  fato.  “Sobre tudo o que se deve
          guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes
          da  vida”  (Pv  4.23).  “Porque  de  dentro,  do  coração  dos
          homens,  é que procedem os maus  desígnios,  a prostituição,
          os  furtos,  os  homicídios,  os  adultérios”  (Mc  7.21).  Aqui,
          nosso  Senhor  traça  esses  atos  pecaminosos  até  sua  fonte
          original e declara que remontam ao “coração” e não à vontade!
          E lê-se, também:  “Este povo honra-me com os lábios, mas o
          seu coração está longe de mim” (Mt 15.8).  Se fosse necessá­
          rio apresentar mais provas, poderíamos chamar a atenção para
   109   110   111   112   113   114   115   116   117   118   119