Page 119 - O vilarejo das flores
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Zaquiel subiu e bateu a porta do quarto. Brígida tinha paralisado
com as ameaças de Zaquiel. Não reconhecia mais o marido. Estava
sem forças para reagir. Sua família tinha acabado. Nem percebia que
tia Noeli a observava.
—Temos que tomar uma decisão, querida. Se quisermos Aimeé de
volta, precisamos ser rápidas. Temos que encontrá-la antes de chegar
ao vilarejo. - disse tia Noeli.
—Como faremos isso tia? Nem sabemos onde ela está. -desesperou-
se Brígida.
—Há um jeito. –Elucidou tia Noeli – Primeiro mandaremos Zaquiel
e Baltazar à cavalo retornar a taberna. Há alguns vilarejos próximos
e como Aimeé está a pé, não deve ter ido longe. Mesmo que ela volte
para casa, demorará devido seu estado e a maneira que usará para
chegar. Creio eu, que ela não tenha dinheiro e essa viagem custa
muito. Como ela está indo para o vilarejo, podemos esperá-la na
entrada.
—Tia! -exclamou Brígida – Que brilhante ideia! Nós a encontraremos
antes dela chegar ao vilarejo. Ai tia! Já tinha perdido a esperança. Só
você para nos ajudar. – Disse Brígida abraçando a tia que retribuiu
com um seco tapinha nas costas e disse:
—Vamos? Não podemos nos demorar. Vá avisar a Zaquiel e Baltazar,
pois chegarão mais depressa. Preparemos tudo para sairmos ao
amanhecer. Brígida subiu apressada para contar a Zaquiel. Com a
esperança renovada todos se prepararam para sair no encalço de
Aimeé.
No Vilarejo das Flores tudo estava mudado. O assunto mais
comentado era o dos novos ricos da vila. Francis tornara-se um
grande comerciante e prosperava à olhos vistos com seus irmãos. Sua
casa estava quase pronta. Tinha um haras, um galinheiro, criação de
ovelhas e um rebanho. As pessoas do vilarejo o tratavam com mais
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